O Papa Francisco aterrissa em solo iraquiano consciente de todos os riscos da combinação explosiva de pandemia e extremismo que o país oferece. A 33ª viagem ao exterior abarca o ineditismo: pela primeira vez o pontífice de 78 anos se deslocará em veículos blindados e estará afastado das multidões.
Os eventos serão restritos a 100 pessoas, exceção para uma celebração com os cristãos caldeus, num estádio aberto para 10 mil em Erbil. Francisco verá de perto igrejas e santuários atingidos por bombardeios ou pela ação de terroristas.
O que explica essa missão tão perigosa, com contornos de aventura, num momento impróprio? Como ele justificou numa mensagem, o encontro com cristãos iraquianos já está atrasado 22 anos, quando o antecessor João Paulo II foi proibido de viajar ao país. Na época, eles eram 1,5 milhão; hoje, são entre 200 mil e 300 mil, num cálculo impreciso pela ausência de censos no país.
Francisco quer ver a comunidade católica amparada e convencida a não emigrar.
O diálogo inter-religioso, a outra marca de seu papado, estará em evidência nesta missão, num encontro inédito com o líder dos xiitas iraquianos, o clérigo Ali al-Sistani, na cidade santa de Najaf. O ponto alto da viagem de quatro dias será a visita ao sítio arqueológico de Ur, que se acredita ser o local de nascimento de Abraão, patriarca das religiões judaica, cristã e muçulmana.
Francisco persiste no caminho da aproximação e da reconciliação com o mundo islâmico, tenta consolidar o papel de missionário, engajado na solução dos conflitos do Oriente Médio, após o hiato forçado pela pandemia. No seu entender, os riscos desta peregrinação valem o compromisso.
Do Portal Calila Notícias/Fonte: G1
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