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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Se faltar vacina no Brasil, a conta será debitada em Bolsonaro, avaliam aliados do presidente

Foto: Marcos Corrêa/PR

Foto: Marcos Corrêa/PR

A equipe do presidente Jair Bolsonaro diz que acendeu o sinal de alerta dentro do Palácio do Planalto no que pode se transformar na nova crise relacionada ao coronavírus no país, depois da tragédia em Manaus. Pode faltar vacina no Brasil para dar continuidade ao Programa Nacional de Imunização.

Neste caso, interlocutores e assessores do presidente avaliam que a responsabilidade pela falta de vacina no país pode acabar sendo debitada na conta de Bolsonaro. Afinal, conflitos criados pelo atual governo com a China podem acabar atrasando ainda mais a exportação de princípios ativos do país asiático para o Brasil, impedindo que Butantan e Fiocruz produzam vacinas aqui em fevereiro.

A Fiocruz, inclusive, já divulgou que seu planejamento mudou e não terá mais condições de produzir vacinas no mês que vem, como previsto inicialmente, por causa do atraso na importação dos princípios ativos para fabricação do imunizante nos seus laboratórios. Os produtos estão parados na China desde dezembro e a avaliação é que questões diplomáticas, mais do que burocráticas, estão travando a vinda dos insumos.

No caso do Butantan, o instituto tem uma expectativa de que os insumos sejam liberados já na semana que vem com base nas negociações feitas pelo governo de São Paulo com a China. Neste caso, a produção poderia ter continuidade em fevereiro. A avaliação no governo paulista é que o Butantan tem a vantagem de ser ligado a São Paulo, que tem uma boa relação com os chineses, ao contrário do que acontece com o governo brasileiro.

Ou seja, destacam interlocutores de Bolsonaro: além de perder a foto da primeira vacinação para o governador João Doria, agora o presidente da República pode ficar na dependência exatamente da CoronaVac, que ele tanto criticou, para que a vacinação no Brasil não seja interrompida e pelo menos continue de forma gradual.

Do Portal NS/Por Valdo Cruz, via G1

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