No país em que alguns grupos discutem e defendem a meritocracia, apenas 4,7% dos filhos de pais sem instrução terminam o ensino superior. Dados obtidos pelo Estadão mostram que em um grupo de 100 pessoas com familiares sem nenhuma instrução, 70 chegam no máximo ao fim do ensino fundamental e só entre 4 e 5 (ou 4,7%) concluem o ensino superior.
Os números foram levantados pelo economista Paulo Tafner, fundador e diretor-presidente do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).
Os dados indicam que na maioria dos casos em que os pais terminaram a faculdade, o mais provável é que os filhos também cursem e obtenham o ensino superior.
A avaliação que Tafner faz é de que a falta de mobilidade social no Brasil funciona como uma espécie de perpetuação da pobreza. Isso acontece, de acordo com o economista, mesmo com avanços econômicos de modo geral e de programas de transferência de renda.
Isso significa que é grande e pouco tem mudado em relação a dificuldade que um filho de família pobre tem para ascender conseguir alcançar melhores salários.
Quanto aos motivos pelos quais isso acontece, a reportagem do Estadão aponta como principais barreiras a educação, saúde e assistência social. Além disso, o cenário é ainda mais grave quando se trata da população negra.
O levantamento mostra que em 2019 a proporção era de um em cada quatro brasileiros vivendo com menos de US$ 5 por dia. O valor é considerado condição de pobreza.
O IMDS conclui que “os pobres de hoje são filhos dos pobres de ontem”.
Do Portal Bahia Notícias
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