Um sambista baiano chamado Ailton Ferreira, teve câncer de pulmão sem nunca ter fumado. Além de superar a doença, ele tinha o sonho de conhecer seus ídolos na música. Pensando nisso, o Instituto Vencer o Câncer, o Oncoguia e a Pfizer se uniram para levar Ailton ao encontro de ícones do samba como Diogo Nogueira e Péricles.
Ailton é o personagem símbolo de ação alusiva ao Mês de Conscientização do Câncer de Pulmão. Trata-se da campanha Desafio de Fôlego, que mostra que para quem gosta de câncer, a saúde dos pulmões está sempre em destaque. Nessa campanha, os artistas são desafiados para um dueto especial, com o propósito de chamar a atenção para o combate à doença, que tem entre seus sintomas justamente a falta de ar. Todos eles são ídolos Ailton, um paciente que foi diagnosticado em 2016, aos 49 anos.Cada um dos artistas gravou com Ailton uma música de seu repertório, como forma de unir suas vozes à dele, fortalecendo o movimento digital Desafio de Fôlego, que tem o objetivo de estimular o combate à doença, destacar seus fatores de risco, a importância do diagnóstico precoce e a atenção aos sintomas. Fruto de uma parceria entre o Instituto Vencer o Câncer (IVOC), o Instituto Oncoguia e a Pfizer, o #DesafiodeFolego está no ar.https://www.youtube.com/watch? v=mH7WfWUJnqg
Os músicos Diogo Nogueira, Péricles e Salgadinho (ex-integrante do Katinguelê), assim como o grupo Samba da Vela, estão entre os artistas que aderiram à causa. O público também pode participar do desafio, gravando vídeos caseiros com trechos das músicas cantadas pelos artistas durante o #DesafiodeFolego. As peças estão sendo divulgadas nas redes sociais com as hashtags da campanha.
Os tumores de pulmão representam um grande desafio para o país e são a primeira causa de morte por câncer entre os brasileiros. Hoje, apenas 16% dos casos são diagnosticados em estágio inicial no Brasil e a taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de 18%, chegando a 15% entre os homens¹, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Por outro lado, quando o câncer de pulmão é identificado em sua fase inicial (localizado), essa taxa chega a 56%.
OUTROS DADOS
O cigarro está associado à maioria dos casos de câncer de pulmão e responde por cerca de 80% das mortes relacionadas à doença². Mas diferentes estudos vêm sugerindo um aumento no número de não fumantes entre os pacientes diagnosticados com o tumor.
Nos Estados Unidos³, após a análise de dados de 10.593 pacientes de três estabelecimentos, colhidos entre 1990 e 2013, os pesquisadores identificaram que a proporção de não fumantes entre os pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (CNPCP) havia aumentado consideravelmente nos três grupos. Em um deles, a taxa de não fumantes passou de 8,9%, entre 1990 e 1995, para 19,5% dos pacientes com câncer de pulmão, de 2011 a 2013.
Embora o Brasil tenha registrado uma queda geral no número de fumantes nos últimos anos4, as estatísticas para o câncer de pulmão continuam elevadas no País. Se para os anos de 2016 e 2017 o INCA estimava o registro de 28.220 novos casos de câncer de pulmão por ano, para o biênio 2018-2019 esse número¹ subiu para 31.270.
Além do cigarro, outros fatores, como a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição e aspectos ocupacionais, podem favorecer o desenvolvimento do câncer de pulmão¹. Existem, ainda, grupos de pacientes que nunca fumaram e, mesmo assim, apresentam uma predisposição aumentada para a doença. Esse é o caso dos indivíduos com alterações genéticas específicas.
Entre essas alterações está a translocação de ALK (quinase do linfoma anaplásico), um oncogene que está presente em cerca de 5% dos casos de câncer de pulmão de não pequenas células (CNPCP)5. O adenocarcinoma de pulmão, um subtipo de CNPCP, é o tipo de câncer pulmonar mais comum entre os pacientes que nunca fumaram6.
Além da mutação em ALK, outras alterações genéticas estão associadas ao desenvolvimento de CNPCP. Entre elas está a mutação em ROS1, um proto-oncogene (gene que se transforma em oncogene por um aumento na expressão de proteínas). Tanto o gene ALK, quanto o ROS-1 atualmente são biomarcadores para terapias-alvo, medicamentos especialmente desenhados para inibir mutações que são determinantes para a evolução da doença, aumentando a sobrevida e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Sobre o câncer de pulmão
O câncer de pulmão, de acordo com o levantamento Globocan 2018, do IARC, agência de pesquisa sobre câncer da Organização Mundial da Saúde, registrou mais de 2 milhões de novos casos em 2018 no mundo, com aproximadamente 1,7 milhão de mortes no período. Esses números representam 11,6% dos casos de câncer e 18,4% do total de mortes por câncer7. No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais comum em homens e o quarto entre as mulheres, totalizando mais de 30 mil novos casos previstos para 2019¹.
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