Genilson Lino da Silva, conhecido como "Perna", e considerado pela polícia o maior traficante de drogas na Bahia, foi transferido de um presídio federal em Roraima, onde cumpria pena, para o presídio de segurança máxima de Serrinha. A informação é do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
De acordo com o TJ, a transferência foi feita na sexta-feira (18). A Secretaria Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) confirmou que o detento voltou a cumprir pena no estado.
Genilson estava fora da Bahia desde 2008, quando foi transferido do Presídio Lemos Brito, em Salvador, para Catanduvas, no Paraná. A prisão dele ocorreu porque durante uma operação no presídio da capital baiana, no mesmo ano, Perna foi surpreendido, com duas pistolas carregadas e R$ 280 mil, na própria cela. Entre outras regalias, o traficante tinha uma cópia da chave da cela onde ficava.
Sobre a transferência de Genilson, o TJ-BA explicou que a 2ª Vara de Execuções Penais de Salvador tinha determinado que ele ficasse em presídio federal, unidade onde ele estava. Entretanto, como não tinha nenhum fato novo que justificasse a permanência lá, a Justiça autorizou que ele retornasse para cumprir o resto da pena na Bahia. Não há detalhes de quanto tempo ele estava preso em Roraima, nem quanto tempo falta para ele terminar de cumprir a pena.
Quadrilha de fraude - Em 2012, quando ainda estava em Catanduvas, Genilson foi apontado como integrante de um grupo, com outras cinco pessoas, que integraram um esquema fraudulento que, de dentro de presídios, conseguia desviar dinheiro de contas.
Os suspeitos foram alvos da operação "Máscara II". Três dos homens tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos. O mandado de prisão de "Perna" foi encaminhado para o diretor do presídio paranaense.
A investigação apontou que, apesar de recolhido no Complexo Penitenciário da Mata Escura, o chefe do esquema continuou aplicando o golpe contra empresários a partir da obtenção de informações sobre débitos de empresas junto à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz) para, em seguida, oferecer um acordo e o pagamento de apenas parte da dívida. Segundo a polícia, as vítimas acreditavam que iriam se “livrar” do débito e depositavam dinheiro nas contas indicadas pelos suspeitos, que se faziam passar por advogados.
De acordo com a polícia, o crime foi desarticulado em 24 de agosto de 2011. O esquema também era integrado por Júlio Souza, o “Judson”, transferido para o Presídio de Catanduvas.
Com acesso a informações sigilosas da Sefaz, fornecidas por um ex- funcionário da instituição já demitido, os estelionatários se passavam por advogado, auditor fiscal, delegado de polícia, oficial da PM, desembargador, dentre outros cargos, aponta a investigação.
A polícia ainda informou que a quadrilha negociava pendências fiscais com donos de empresas, oferecendo descontos para quitação da dívida. Em seis meses de atuação a quadrilha chegou a lesar as vítimas em aproximadamente R$ 1 milhão.
Do Portal Clériston Silva
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