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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Impeachment: 'Injustiça devastadora condenar um inocente', declara Dilma após ser afastada do cargo pelo Senado

A petista Dilma Rousseff discursou na manhã desta quinta-feira (12) após ser afastada do cargo de presidente. Ela declarou que foi perseguida, vítima de golpe e reafirmou que não cometeu crime. "Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente", lamentou.

"Posso ter cometido erros, mas não cometi crime. Os atos que pratiquei foram atos legais, corretos, atos necessários, atos idênticos aos que foram executados por presidentes que me antecederam", prosseguiu.

No pronunciamento, Dilma reforçou que desde as últimas eleições, em que recebeu 54 milhões de votos, foi impedida de governar o país. "[A oposição] passou a impedir a recuperação da economia, com o único objetivo de tomar força, que não conseguiu nas ruas. Fui vítima de sabotagem... O ambiente se tornou propício para o golpe", enfatizou.

Democracia
Além de frisar em diversos momentos que foi vítima de golpe, Dilma defendeu que a democracia está em jogo. Para ela, o futuro do país está ameaçado diante da decisão do Senado, que decidiu pelo afastamento do cargo.

"O que está em jogo não é apenas o meu mandado, é o respeito às urnas, a vontade soberana das urnas, as conquistas dos últimos anos, o ganho das classes mais pobres nos últimos anos, a valorização do salário mínimo, a realização do sonho da casa própria. O que está em jogo é a esperança de avança sempre mais", declarou.

No discurso, Dilma reforçou que durante o governo não cometeu nenhum ato repressivo que pudesse atacar a democracia. "O maior risco [com o afastamento] é ser dirigido por um governo sem voto. O governo que nasce de um golpe, nasce de uma eleição indireta".

A petista lembrou, ainda, que não é investigada por ter recebido propina ou por ter contas no exterior. Para ela, o processo de impeachment é frágil e injusto. "Vou lutar para exercer meu mandato até o fim", falou. "O destino sempre me reservou muitos desafios. Já sofri a dor da tortura, da doença e agora sofro, mais uma vez, a dor inominável da injustiça".

Apoio
Antes do pronunciamento como presidente afastada do Brasil, Dilma foi ovacionada por militantes contrários ao processo de impeachment. Eles gritaram "Dilma, guerreira, da pátria brasileira".

Ao fim do discurso, a multidão voltou a prestar apoio a petista. Na esplanada do Planalto, Dilma fez um novo pronunciamento, desta vez em tom mais popular.

O ex-presidente Lula e os demais ministros que foram exonerados do cargo acompanharam os pronunciamentos ao lado da petista.

Afastamento
No início da manhã desta quinta-feira o Senado Federal aprovou o afastamento de Dilma Rousseff do cargo, por 180 dias, para instauração do processo de impeachment contra a petista. Ela responde pelo crime de responsabilidade.

Dilma recebeu 55 votos a favor e 22 contra. No período em que estiver afastada, ela terá direito à residência oficial do Palácio da Alvorada, segurança pessoal, assistência saúde, remuneração, transporte aéreo e terrestre e equipe a serviço do gabinete pessoal da Presidência.

Em novo julgamento, se o placar voltar a se repetir, a petista será condenada e perderá o cargo. Além disso, Dilma ficará inelegível por oito anos.

Temer
Durante o processo de impeachment, Michel Temer (PMDB) assumirá a Presidência interina do país. Nas próximas horas ele deve fazer um pronunciamento à nação já como chefe máximo do Executivo. (Fonte: Jornal Hoje em Dia).

Do Portal Interior da Bahia

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