O placar do impeachment no Senado do jornal Estadão é uma amostragem estatística a indicar que Dilma tende a ser impedida pelo voto de aproximadamente 57 senadores. Essa amostra do jornal apresenta quase que a mesma tendência de voto apresentada pela amostragem da Câmara dos Deputados.
Enquanto na Câmara a tendência dos votos favoráveis correspondia 72%, no Senado essa tendência é de 70%, um pouco menor. Assim 70% dos senadores são a favor impeachment e 30% contra.
Para sabermos qual é a probabilidade do impeachment ser aprovado no Senado, é preciso calcular também o desvio-padrão para a amostra que temos em relação ao Senado, e depois, estabelecermos os limites mínimo e máximo com o auxílio dos desvios-padrão em torno da média de senadores favoráveis (70%) ao impeachment.
Então, calculando o desvio-padrão numa distribuição binomial temos: [n x p x (1-p)]^1/2, onde (n) é igual ao número de senadores da amostra, (p) é igual à probabilidade de sucesso.
O número de senadores da nossa amostra atual é de 66 (46 a favor + 20 contra), e a probabilidade de sucesso, que aqui chamamos de favoráveis ao impeachment, é de 70%. Logo, o desvio-padrão = [66 x 0,70 x (0,30)]^1/2 = 4. Portanto o nosso desvio-padrão amostral é de quatro senadores.
POSSIBILIDADE DE 77%
Projetando a média amostral dos favoráveis para todo o Senado, passamos a ter 70% de 81 = 0,70 X 81 = 57 deputados favoráveis ao impeachment. Para o impeachment são necessários os votos de 54 senadores favoráveis. Como a tendência dada pela amostra é termos 57 votos favoráveis e o número mínimo necessário é de 54 votos favoráveis, temos uma diferença entre a tendência (57) e o mínimo (54) de 3 senadores que corresponde a 0,75 (3/4) de um desvio-padrão. Temos, então, para baixo da média, 0,75 desvio-padrão. Acima da média contamos mais 3 desvios-padrão.
Então, temos, para baixo da média: 57 – (0,75 x 4) = 57 – 3 = 54; e, para cima temos 57 + (3 x 4) = 57 + 12 = 69.
Nesses 3,75 desvios-padrão (0,75 abaixo da média e 3 acima da média), considerando uma distribuição aproximadamente normal, temos 77% das probabilidades de ocorrência do voto favorável ao impeachment. E é essa a probabilidade de Dilma ser impedida pelo Senado. É significativamente superior às chances do impeachment não ocorrer (23%), mas não dá o mesmo grau de certeza que se teve com o processo na Câmara dos Deputados (99,9%).
O QUE PODEMOS ESPERAR?
Podemos esperar com relativa segurança que o senado impeça Dilma de permanecer no Planalto, estimando com 77% de probabilidade de acerto que os votos a favor do impeachment irão se mover entre um mínimo de 54 e o máximo de 69, tendendo a se estabilizar em torno da média que é de 57 votos.
Wagner Pires – Tribuna da Internet
Do Portal Interior da Bahia
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