O
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiou para o próximo dia 31 de maio o
prazo para quem conduzir as chamadas motos "cinquentinhas" obter a
habilitação. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (3), no Diário Oficial
da União, 4 dias depois de o prazo anterior vencer.
Assim, a multa para
infratores começará a ser aplicada a partir de junho. Conduzir um veículo sem
habilitação é considerado infração gravíssima, com o valor de R$ 191,54
multiplicado por 3, totalizando R$ 574,62. Além disso, a punição inclui 7
pontos na carteira de habilitação e retenção do veículo.
O Nordeste é o maior
mercado brasileiro das "cinquentinhas" e alguns estados da região já
tinham prorrogado a fiscalização, alegando que as autoescolas ainda não estavam
preparadas para dar aulas em ciclomotores. A multa não estava sendo cobrada em
Alagoas, Ceará e Piauí, segundo levantamento do G1 realizado entre a última
segunda (29) e esta quinta (3).
"Sem a possibilidade de fazer aulas
práticas no estado, o Detran não está emitindo habilitação nem está multando,
apenas fazendo os emplacamentos", afirmou o Detran-CE. Goiás e Santa
Catarina disseram que não estão aplicando multas porque ainda não estão
adaptados às novas normas.
De acordo com o Contran, quem dirige
"cinquentinha" precisa ter a carteira da habilitação (CNH) na
categoria A, de motos, ou a chamada Autorização para Conduzir Ciclomotores
(ACC), que é específica para esses veículos. Nem todas as autoescolas, porém,
oferecem o curso para obtenção da ACC.
Em dezembro passado, quando fixou o
primeiro prazo para multar quem não tinha habilitação, o Contran também deu 6
meses para que os Centros de Formação de Condutores (CFCs) adquirissem esses
veículos para dar o curso de obtenção da ACC. A partir de junho, eles serão
obrigados a oferecer essa opção.
Os processos para tirar a CNH e moto e a ACC
são semelhantes, incluindo aulas teóricas, práticas e prova prática. Os Detrans
costumam cobrar o mesmo valor de taxas tanto para emitir a CNH quanto o ACC
--custos de autoescolas, no entanto, variam. Alguns estados adiaram também a
multa por falta de placa nas "cinquentinhas".
Esta exigência existe
desde que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) entrou em vigor, em 1998,
porém, no ano passado, o governo federal determinou que a tarefa de emplacar
esses veículos passasse das prefeituras para os Detrans. O objetivo era
aumentar os licenciamentos e a fiscalização, abrangendo inclusive as motos
usadas.
Por conta disso, o número de emplacamentos de "cinquentinhas"
no Brasil subiu 280% em 2015 em relação ao ano anterior. Rodar com a moto sem
placa e documentação também é infração gravíssima, com perda de 7 pontos na
carteira, e multa no valor de R$ 191,54, além do risco de apreensão do veículo.
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