O Calila Noticias publicou uma reportagem no dia 6 de abril deste ano (2015), numa entrevista com o então ex-travesti coiteense Clécio Gomes, na oportunidade ele dizia cansado da aventura e havia deixado com objetivo de buscar um casamento com uma mulher e desejava ter dois filhos. A reportagem foi a mais acessada na história do Calila, mais de 50 mil visitas.(VEJA)
Dizia saber das dificuldades que iria enfrentar pela desconfiança da sociedade e o preconceito, mas parecia estar decidido a mudar de vida quando cortou seus longos cabelos e passou por cirurgia para retirada dos seios de silicone.
Clécio disse ter encontrado força na igreja evangélica Tabernáculo de Deus, garante que desde o momento que ingressou na igreja jamais teve “recaída” e até iniciou o namoro com uma jovem, mas não durou, “embora pensasse que dali sairia o tão sonhado casamento, ela terminou”. Conta.
Nas redes sociais na última segunda-feira, 24, muita gente foi pego de surpresa com um novo perfil no Facebook, antes Clécio Gomes com uma foto da mudança após deixar a vida de travesti, na última segunda-feira, um perfil sem foto, mas com o nome Clécia Paulinha Gomes, aliás retomou o nome de antes, Paulinha e duas fotos usando peruca, vestido colado. bolsa e salto alto.
A seguir um breve bate-papo com Clécio (Clécia) esclarecendo alguns fatores que foram determinantes para o retorno a vida de travesti nas avenidas de Salvador.
CN – Clécio por que essa reviravolta quando parecia estar firme na nova vida?
CG – Falta de uma oportunidade que não tive e o preconceito, porque as mulheres não querem um ex-travesti. Muita perseguição, fiquei um ano e meio sem ninguém e também o meu psicológico tá muito afetado. Solidão, uma vida muito vigiada todo tempo e o povo não deixa a gente viver em paz.
CN – Ficou frustrado por ter começado a namorar e ter relacionamento interrompido?
CG – Eu queria sim mudar, iniciei um namoro com uma jovem e ela me iludiu dizendo quer queria casar, ser minha mulher, depois, de um dia pra outro terminou, isso me desanimou.
CN – Emprego você dizia na reportagem anterior que sabia da dificuldade por não ter feito muita coisa fora da vida que levava desde adolescente. Pesou na decisão de retornar a vida de travesti?
CG – Também. Um ano e meio sem trabalho, não me deram oportunidade, até meus móveis de casa tive que vender para pagar parcelas do meu carro atrasadas, daqui a pouco teria que vender também e ficar sem carro. A falta de emprego pesa em todo sentido. E o povo só sabe Julgar, hoje não quero mais viver uma vida depressiva como um louco, sozinho, solitário, tendo a vida monitorada por todos.
CN – Religião. Você fez uma boa base e deu grandes testemunhos, mas a força da carne foi maior que espiritual?
CG – Sei que é o verdadeiro caminho mas não aguentei.Não sou obrigado a viver uma vida fazendo as coisas a força. Eu fui verdadeiro como estou sendo. Melhor sair que ficar na igreja errado. Irei defender sempre ela (pastora Conceição). Ela é uma mulher de Deus, amo como minha mãe verdadeiramente.Fui amado, fui bem cuidado, tive atenção que procurava, fui muito bem recebido, me ajudou em todas as áreas da minha vida e vou defender ela sempre. Ela faz a obra por amor e sabe verdadeiramente cuidar de uma ovelha. Amo ela, toda a sua família e todos os membros da igrejas dela de Coité e Serrinha
CN – Você comentou com alguém antes de tomar essa decisão?
CG – Só com minha mãe. Eu já estava ficando com depressão, muita coisinhas na minha cabeça. Eu fiz tudo de coração, até pra tirar o peito foi com meu dinheiro, mas minha investida foi em vão.
CN – A repercussão e as criticas você está preparado por está de volta a uma vida que dizia não querer mais ?
CG – Estou preparado. As pessoas na grande maioria já vivem a vida dos outros e esquece da sua, nunca deixei de ser criticado, sendo travesti ou quando deixei de ser, ou tentei né?
FIM
Do Portal Calila Notícias
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