O PSB divulgou nota nesta terça-feira (26) para abordar pela primeira vez oficialmente a polêmica envolvendo o jato usado por Eduardo Campos em 13 de agosto, dia do acidente que matou o então presidenciável da sigla e outras seis pessoas.
Segundo o partido, os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, amigos pessoais do ex-governador de Pernambuco, emprestaram a aeronave para uso durante toda a campanha.
De acordo com o texto, o PSB iria contabilizar e declarar à Justiça Eleitoral o empréstimo da aeronave somente após o término da campanha, na prestação de contas final ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final”, diz a nota. A legenda afirma ainda que o acidente impôs “conhecidas alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da campanha”, o que explicaria “as dificuldade enfrentadas no levantamento” das informações relativas ao avião.
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, havia prometido explicações do partido sobre o assunto para esta terça-feira (26). A ex-senadora ressaltou que, além dos esclarecimentos legais, há a preocupação com “as causas do acidente” que matou seu ex-companheiro de chapa. A nota do PSB, no entanto, não esclarece a identidade dos verdadeiros proprietários do avião utilizado por Campos.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Federal investiga o uso da aeronave, que não aparecia na primeira prestação de contas da campanha de Campos ao TSE. O negócio pode estar em um limbo jurídico, já que o jato havia sido vendido pelo grupo AF Andrade – que está em recuperação judicial – mas não tem um novo dono identificado.
Em 15 de maio, João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho assinou um compromisso de compra do jato e depois indicou as empresas BR Par e Bandeirantes Pneus para assumir dívidas de US$ 7 milhões (R$ 16 milhões) junto à Cessna. A Bandeirantes foi recusada por falta de capacidade econômica. No papel, no dia do acidente o jato ainda pertencia à AF Andrade. Da Folha de S. Paulo.
Do Portal JC
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