A pelo menos três amigos que o visitaram, nos últimos dias, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou o ex-presidente Lula pela forma como ele administrou até agora a crise do mensalão.
José Dirceu também está irritado com o silêncio do Palácio do Planalto. Quando soube que a prisão havia sido decretada, em 15 de novembro, Lula ligou para Dirceu e o deputado José Genoíno (PT-SP) para afirmar: “Estamos juntos”. Só que o ex-presidente estava livre e a ‘cumpanheirada’ na cadeia.
“E o Lula não vai falar nada?”, indagou José reiteradamente, sustentando que esse comportamento poderia provocar grande abalo na imagem do PT, e prejudicar a tentativa de reeleição da presidenta Dilma. Reportagem de Vera Rosa e Wilson Tosta para o jornal O Estado de S. Paulo. À reeleição informa que seria efeito dessa queixa o discurso de Lula, quinta-feira (22), sugerindo que o rigor da lei “só vale para o PT” e atacando o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Em conversas mantidas no cárcere, Dirceu tem dito que Lula errou ao não fazer o “enfrentamento” necessário para não deixar a denúncia de corrupção virar uma espada permanente sobre o PT e o governo. Para Genoíno, os réus do PT não têm escapatória, mesmo se conseguirem reduzir suas penas, pois perderam a batalha da comunicação. “Estamos marcados como gado”, resumiu ele a um amigo, diz o Estadão.
Na avaliação de Dirceu, Lula deixou a CPI dos Correios prosperar, em 2005, quando ainda teria condições de barrá-la. Por esse raciocínio, ao não politizar a denúncia da compra de votos no Congresso, Lula abriu caminho para a “criminalização” do PT. O partido até hoje insiste que nunca corrompeu deputados em troca de apoio e só admite a prática do caixa dois. (Informações de Claudio Humberto).
Do Portal Interior da Bahia
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