Uma novidade no beneficiamento da mandioca no norte da Bahia, agricultores familiares estão substituindo as velhas casas de farinha por pequenas indústrias. A Bahia possui mais de 400 mil hectares plantados com mandioca, com uma produção de cerca de 3 milhões e 300 mil toneladas da raíz.
Um dos municípios responsáveis por essa produção é Caém, na região norte do estado, a 185 quilômetros de Serrinha. A produção de leite é um dos moinhos da economia da região, mas é a mandioca que sustenta a maioria das famílias.
A colheita é feita manualmente e por causa dos morros que não permitem acesso de veículos, são os burros e os jumentos que fazem o transporte da mandioca, da roça para as casas de farinha. A mandioca é descascada, triturada e lavada para tirar a fécula ou a tapioca como eles dizem. No sertão da Bahia, a maioria das casas de farinha funcionam de maneira artesanal e são as mulheres que fazem a maior parte do serviço.
Valdeci da Silva se destaca pela velocidade que desenvolve o trabalho. Corre aqui, corre lá, pega baldes de massa, manuseia o motor que tritura a mandioca. Praticamente não para durante o dia inteiro e ainda tem que dar conta de cuidar dos quatro filhos.
O trabalho artesanal nas casas de farinha está com os dias contados, pois estão sendo construídas nas comunidades unidades como uma que já existe em Monteiro, a quatro quilômetros de Caém, feita há cinco anos. Em 2006, os agricultores formaram a Aquibom, Associação Quilombola dos Produtores de Mandioca de Bom Jardim e Monteiro, e construíram a Casa do Beiju.
O trabalho está feito em parceria. O dinheiro para a construção e aquisição de equipamentos veio da fundação Banco do Brasil. Já o treinamento de quem está trabalhando na unidade é de responsabilidade do Sebrae.
O beiju produzido na associação está sendo comprado pela Conab e distribuído para as escolas servirem na merenda.
Informações do Blog CS
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