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sábado, 11 de setembro de 2010

Região sisaleira pede ajuda estadual para se desenvolver

O semi-árido baiano é responsável por 90% de todo o sisal do Brasil. A cultura responde pela geração de emprego e renda para mais de 700 mil pessoas na Bahia em 35 cidades diferentes. Isso tudo apesar de apenas a fibra ter uso comercial – correspondente a 5% da planta.
Na região chove pouco e não passam grandes rios. Os municípios onde não há produção sisaleira crescem em ritmo lento.
Há muito tempo, a cultura é a única coisa que dá certo. Emprega intensivamente a mão-de-obra. Em torno de uma máquina de desfibrar sisal trabalham cinco pessoas. Uma corta a folha.
Tem outra que carrega até o cevador, que por sua vez opera a máquina de desfibrar, enquanto o resineiro mantém o equipamento limpo. Por fim, ainda precisa-se de alguém para estender a fibra.
Diversificação - Hoje em dia é comum ver cabras nas plantações de sisal, o que os produtores enxergam como oportunidade de completar os ganhos com a terra.
Na região sisaleira também já existem algumas indústrias, tanto aquelas ligadas ao beneficiamento e processamento da produção local, quanto outras, gerais, atraídas pelos incentivos dados em troca dos empregos.
“Não podemos mais jogar fora 95% de um produto como este”, diz o diretor-executivo da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), Ismael Oliveira.
Existem projetos para a utilização do resíduo do produto na fabricação de ração animal, do grão na substituição da fibra de vidro na indústria automobilística, para substituir a lenha e até para biofertilizantes.
“Dependemos dos estudos para o desenvolvimento da cadeia. Em 30 anos, praticamente não tivemos apoio de governos”, diz o diretor da Apaeb.
A desvalorização do dólar diante do real diminui a rentabilidade do negócio que tem no mercado externo 70% das vendas. Metade da produção ainda sai do País como matéria-prima. Resultado, o número de empregos no local, que já chegou a 600, atualmente é de 250.
Os produtores alcançaram algumas conquistas nos últimos anos com o preço mínimo para o produto. “A situação melhorou com ações para evitar o atravessador”, diz Oliveira.
Por Clériston Silva

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