Caso de racismo aconteceu no jogo entre as Seleções de Conceição do Coité e Barrocas - Imagem reprodução |
O TJD-BA julgou nesta terça-feira dia (28), incidentes ocorridos na última partida entre as seleções de Conceição do Coité e Barrocas, pelo Campeonato Baiano Intermunicipal 2023, onde foram relatadas condutas antidesportivas e houve o registro do crime de racismo praticado por um integrante de uma das comissões técnicas.
A partida aconteceu no dia 03 de setembro às 15h, no Estádio Municipal de Conceição do Coité/BA. Após a partida, a Federação Baiana de Futebol (FBF) encaminhou a Súmula da partida para o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJD-BA), em razão de uma série de práticas antidesportivas que foram relatadas pela Comissão de Arbitragem.
Segundo o documento, além de arremesso de objetos, invasão de gramado e agressões físicas, houve o registro da prática do crime de racismo por parte do massagista da equipe de Conceição do Coité, que teria proferido palavras contra um integrante da comissão de arbitragem, um Bandeirinha, “seu preto de merda [...] é você mesmo seu macaco”, chamando a sua atenção.
A denúncia foi oferecida ainda no mês de outubro, pelo Procurador de Justiça Desportiva, Dr. Abel Guerra Lima, e por unanimidade, houve a condenação do massagista da equipe de Conceição do Coité, ao pagamento de multa no valor de R$ 50.000,00, reduzida pela metade em razão de se tratar de equipe de futebol amador, restando a ela a obrigação de pagar o valor de R$ 25.000,00.
O massagista também foi condenado com a aplicação da pena de suspensão de 10 (dez) jogos, que também foi reduzida pela metade, por se tratar de equipe de futebol amador. Não houve multa aplicada ao clube por ter sido possível a identificação do autor do fato criminoso e as penas foram aplicadas no patamar máximo pelo Auditor Desportivo, Dr. Ricardo Maracajá.
O Procurador recomendou ainda o encaminhamento da denúncia e da decisão a Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP/BA), e destacou que “fatos como esse são recorrentes no futebol, e mesmo que tão próximo do dia da Consciência Negra, passados apenas 8 dias o TJD-BA ainda se depara com casos de racismo no futebol baiano”, destacou Guerra Lima.
O Auditor Desportivo destacou que o TJD-BA visa coibir atos como esse e sempre estará contra o racismo, buscando a responsabilização, civil, criminal e administrativa dos autores e dos clubes envolvidos.
“O TJD-BA e toda a sociedade baiana repudia atitudes como esta, infelizmente não é um fato isolado, mas temos de firmar um para garantir a todos os envolvidos respeito e dignidade, para que o futebol seja um lugar seguro e sadio”, ressaltou Maracajá.
@ Nossa Voz - Com informações da Assessoria de Comunicação do Procurador Dr. Abel Guerra
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