A Igreja Anglicana disse na quarta-feira (18) casais de pessoas do mesmo sexo não vão poder se casar em suas igrejas, mas que permitirá a as bênçãos para casamentos civis desses casais.
A decisão foi tomada depois de cinco anos de debates. No começo de fevereiro, haverá um sínodo (reunião de conselho) da Igreja Anglicana. Nesse encontro deve haver um detalhamento das novas diretrizes.
De acordo com as propostas, a posição da Igreja da Inglaterra, a de que o sacramento do matrimônio é restrito a uniões entre um homem e uma mulher, não mudará.
No entanto, casais do mesmo sexo poderão ter uma cerimônia religiosa com orações, ação de graças ou bênção depois de terem um casamento civil (ou registro de parceria civil).
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal na Inglaterra e no País de Gales desde 2013, mas a Igreja Anglicana não mudou seus ensinamentos quando a lei mudou.
O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, reconheceu que as propostas podem ser ousadas para alguns e insuficientes para outros.
Welby afirmou que há uma diversidade de pontos de vista dentro da própria Igreja Anglicana —que, segundo ele, é algo bom. “Espero que a Igreja Anglicana diga de firma pública e inequívoca a todos os cristãos, especialmente as pessoas LGBTQI+, que elas são bem-vindas e uma parte valiosa e preciosa do corpo de Cristo”, disse ele.
A igreja disse que os bispos planejam emitir um pedido formal de desculpas às pessoas LGBTQI+ na sexta-feira pela “rejeição, exclusão e hostilidade” que sentiram dentro da igreja.
Ele disse que vai orientar os pastores, ministros e congregações para acolher casais do mesmo sexo “sem reservas, e com alegria”.
O arcebispo de York, Stephen Cottrell, pediu desculpas pela “forma como as pessoas LGBTQI+ e aqueles que as amam foram tratados pela Igreja que, acima de tudo, deveria reconhecer todos como preciosos e criados à imagem de Deus”.
Cottrell afirmou que a Igreja Anglicana está profundamente arrependida e envergonhada, e quer “começar de novo”: “[Nós] alcançamos um marco, e eu espero que essas orações de amor e fé possam fornecer uma maneira para todos nós celebrarmos e afirmarmos os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo”.
Jayne Ozanne, uma importante ativista das pessoas LGBTQI+ na igreja, disse que a decisão dos bispos foi “totalmente desprezível”.
“Não posso acreditar que cinco anos de dor e trauma nos trouxeram até aqui. Tivemos inúmeras desculpas ao longo dos anos, mas nenhuma ação para impedir a discriminação prejudicial”, ela afirmou no Twitter.
Do Portal NS/Fonte: g1
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