Dentro de campo, o clima de mistério observado no primeiro jogo da final, empatado em 1x1, no Cornélio de Barros, foi repetido, com as duas equipes iniciando a partida com novidades. No Santa Cruz, Itamar Schulle surpreendeu com as entradas de Jeremias e Augusto Potiguar formando a linha ofensiva junto a Pipico, enquanto Derlis Alegre e Victor Rangel foram opções no banco de reservas. Pelo Salgueiro, Tarcísio assumiu a vaga de Alison. Já o artilheiro do Carcará, Muller Fernandes, cedeu lugar a Thomas Anderson.
Entre teorias e esquemas táticos diferentes, a história foi resolvida dentro de campo. As principais iniciativas da Cobra Coral no início do jogo aconteceram pelo lado esquerdo do campo, com Augusto Potiguar e Fabiano revezando nas subidas ofensivas. E foi assim que aos 13 minutos, o lateral-esquerdo cruzou rasteiro e Jeremias, centralizado na área, balançou as redes. O gol, no entanto, foi anulado pelo assistente, que erroneamente enxergou impedimento de Fabiano na origem da jogada. Três minutos depois, mais um lance polêmico. Após jogada bem construída pelo meio, Jeremias fez a ultrapassagem e sofreu falta na entrada da área. Os jogadores corais pediram pênalti no lance. O Carcará, centrado no seu 4-4-2, pouco perigo ofereceu ao setor defensivo do Santa. O meia Renato até tentou de fora da área, aos 33, mas a bola saiu pela linha de fundo.
“Caprichar”, verbo utilizado por Jeremias como detalhe para o Tricolor retornar ao segundo tempo ainda mais ativo. Não foi o que aconteceu. Schulle optou por alçar Derlis Alegre na vaga do meia. O jogo, por outro lado, ficou ainda mais pegado, com as duas equipes marcando bem e sem grandes chances de gol. Quando teve, aos 20 do tempo complementar, o Santa Cruz desperdiçou com William Alves, que tocou fraco nas mãos de Tanaka. Ainda assim, foi a Cobra Coral quem mais tomou ação no jogo. Por isso, Neri lançou mão de outras opções com as entradas de Alison, Muller Fernandes e Raimundinho. Já Schulle, precisou sacar Alegre, que passou apenas 25 minutos em campo e lançou Victor Rangel na ponta direita. Depois João Cardoso e Mayco Félix foram acionados nas vagas de Potiguar e Didira, que pouco apareceu, e quando teve a chance, aos 32, chutou em cima do goleiro salgueirense e perdeu o que foi a melhor oportunidade de abrir o placar no Arruda. Pelas chances desperdiçadas em campo, o Santa Cruz foi cobrado nas penalidades.
Pipico marcou para os corais. Ciel respondeu e balançou as redes para o Carcará. O zagueiro Danny Morais deixou o Santa mais uma vez em vantagem. Alison igualou as cobranças - Maycon Cleiton chegou a tocar na bola -. Toty bateu colocado e deixou o dele. Dadinha, que entrou no final do jogo, bateu firme no canto esquerdo e fez mais um para o Carcará. Ao contrário do que fez Victor Rangel, que isolou. Em resposta, Ranieri bateu mal nas mãos de Maycon Cleiton. Pelo Santa, André também perdeu após jogar no travessão. Com duas cobranças desperdiçadas, o Santa Cruz precisou se contentar em ser o primeiro vice-campeão invicto da história do Pernambucano. Diferente de Muller Fernandes, que marcou e garantiu o título para o time do interior.
Ficha técnica
Santa Cruz 3
Maycon Cleiton; Toty, Danny Morais, William Alves e Fabiano; André, Paulinho e Didira (Mayco Félix); Jeremias (Derlis Alegre) (Victor Rangel), Pipico e Augusto Potiguar (João Cardoso). Técnico: Itamar Schulle.
Salgueiro 4
César Tanaka; Sinho (Dadinha), Ranieri, Arthur e Daniel Rodrigues; Bruno Sena, Willian Daltro, Tarcísio (Muller Fernandes) e Renato (Raimundinho); Thomas Anderson (Alison) e Ciel. Técnico: Daniel Neri.
Local: estádio do Arruda (Recife/PE)
Do Portal Folha PE
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