Depois de longos 20 anos de negociação, finalmente, foi fechado o acordo de livre comércio entre o Mercosul, bloco que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e a União Europeia.
Acredita-se que a parceria resultará na ampliação das exportações do Brasil para a Europa entre US$ 100 bilhões, pelos cálculos do Ministério da Economia, e US$ 500 bilhões em 15 anos, segundo a Consultoria BMJ.
O fechamento do acordo teve como protagonistas os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Maurício Macri. Do lado da União Europeia, o grande ator foi a Alemanha. A França resistiu ao máximo em assinar o documento, mas, no final, acabou cedendo.
Segundo Wagner Parente, presidente da Consultoria BMJ, especializada em comércio exterior, “o acordo tem um impacto sistêmico, além dos ganhos de acesso a mercado, destravando a agenda negociadora brasileira e trazendo experiência para o país nesse tipo de negociação”.
Além disso, acrescenta ele, “será interessante observar como o Congresso Nacional lidará com a internalização do acordo, inédito em importância e magnitude.” Parente ressalta que o acordo é o mais ambicioso já assinado pelo Mercosul e representa um sinal concreto da intenção de se abrir ao mercado mundial. “Sua conclusão fortalece institucionalmente o bloco, que vem, há alguns anos, sofrendo duras críticas pela falta de avanço da pauta de integração e pouca participação no comércio global, em meio às crises econômicas enfrentadas pelos Estados Partes”, diz.
Para ele, o acordo fortalece também a agenda de negociações comerciais em curso, podendo levar à conclusão de acordos com o Canadá, EFTA e a Coreia do Sul no curto prazo. Parente ressalta ainda que, similar ao que se observa no Brasil, a conclusão do acordo poderá também dar novo fôlego à agenda liberal nos parceiros do bloco e, em particular, na Argentina, onde o candidato à reeleição presidencial, Maurício Macri, vem perdendo popularidade e espaço nas pesquisas eleitorais para o candidato de esquerda. “Cabe destacar que o resultado das eleições argentinas poderá influir mais adiante no processo de internalização do acordo”, acrescenta.
Do Portal A Voz do Campo/Fonte: Correio Braziliense
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