O corpo de Daiane Reis Mota, grávida encontrada morta no domingo (17), na cidade de Serrinha, foi enterrado sob forte comoção nesta segunda-feira (18). O marido dela, Adilson Prado Lima Júnior, confessou que cometeu o crime por ciúmes e suspeitava que a criança que iria nascer fosse de outro homem.
O sepultamento que reuniu familiares e amigos ocorreu no Cemitério Jardim das Acácias, do bairro Cidade Nova. Conforme a polícia, ela tinha oito meses de gestação e o parto estava marcado para esta segunda-feira. O bebê que ela esperava não sobreviveu.
Daiane foi dada como desaparecida desde a tarde de sábado, 16. Amigos e familiares fizeram campanha em redes sociais para tentar localizar a vítima. Adilson Prado Lima Júnior havia denunciado inicialmente o desaparecimento da vítima, depois de sair para fazer compras, mas a polícia desconfiou da versão dele, que acabou contando que cometeu o crime.
A polícia constatou, por meio de câmeras de segurança, que a vítima saiu de casa com o marido no carro de um irmão dela na tarde de sábado (16), quando foi morta. Adilson também contou que chegou a esconder o celular e uma bolsa da vítima para dificultar a investigação.
A informação da confissão surpreendeu o pai da vítima, o comerciante Rubens Mota, 54 anos. Segundo a polícia, Adilson pegou o carro do próprio sogro, por volta das 13h do sábado, para levar a mulher para fazer compras do enxoval do bebê. Este seria o segundo filho de Daiane. "Ele usou meu próprio carro para fazer uma barbaridade dessas com a minha filha", lamentou o pai de Daiane.
Ainda segundo a polícia, Adilson teria cometido o crime uma hora depois de pegar o carro. "Ele era uma pessoa do nosso convívio e a gente não imaginava que ele seria o autor. Até a noite de ontem (domingo), eu acreditava que ele era inocente", revelou Rubens.
A busca pela jovem começou ainda no sábado quando o próprio Adilson ligou para o sogro para falar sobre o sumiço da vítima. Horas depois, toda a família iniciou uma busca para tentar localizar Daiane. "Nós começamos a ligar para os hospitais de Serrinha, Feira de Santana e Salvador, para tentar levantar alguma informação", conta o pai.
Adilson também participou das buscas e, no domingo, prestou queixa sobre o desaparecimento da mulher. Os familiares da vítima começaram a desconfiar do marido porque ele foi a última pessoa a ter contato com Daiane.
"Eu cheguei a perguntar o que teria acontecido. Perguntei por que ele não deixou a minha filha no local que os dois tinham combinado de ir", conta Rubens. No domingo, Adilson foi ouvido pela polícia duas vezes, até confessar, já no final da noite, a autoria do crime.
De acordo com a polícia, após o desaparecimento, foram analisadas imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais do bairro Vila de Fátima, principal acesso ao local onde o corpo foi encontrado. Uma das câmeras gravou o veículo do pai de Daiane, um Honda Civic, seguindo para a localidade conhecida como Barra do Vento às 14h e retornando 33 minutos depois.
No início da noite do domingo, o ex-marido de Daiane usou as redes sociais para negar que tinha envolvimento com o crime. "Venho por meio desse comunicado esclarecer que não tenho nada haver (sic) com o ocorrido, ontem trabalhei depois fui para casa onde estava com meus pais e meu filho esperei meu primo chegar para seguirmos viagem para Aracaju onde seria a confraternização da família, ontem mesmo recebi ligações perguntando por ela só que a muito tempo que não tinha nem contato com ela, hoje acordei com essa notícia horrível que não consegui nem responder a ninguém, fizeram falsas acusações sobre mim mais se Deus quiser o culpado vai pagar pelo que fez (sic)", escreveu.
A mulher deixou um filho de dois anos de um relacionamento anterior. O homicida confesso será indiciado pelo crime de feminicídio e deve ser levado ao presídio de segurança máxima [cebolão] de Serrinha.
Mulher foi sepultada nesta segunda-feira (18), no mesmo dia em que estava marcado o parto |
Do Portal Clériston Silva
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