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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Agente da PF, PM e guarda municipal estavam envolvidos no comércio ilegal de armas de fogo na Bahia


O esquema de fraude contra o sistema da Polícia Federal para venda de armas irregulares, além do agente administrativo da Polícia Federal de Salvador, contou também com participação de um policial militar de Feira de Santana e um guarda municipal de São Gonçalo. 

De acordo com informações da Polícia Federal, o servidor da PF envolvido no caso atuava no setor de registro e porte de armas de fogo, na sede da instituição.

A Operação Hefestus foi deflagrada nesta terça-feira (8), mas as investigações começaram há cerca de seis meses. Segundo a investigação, as armas irregulares eram incluídas no sistema da Polícia Federal como se fossem legais, com o intuito de disfarçar a fraude, caso o registro de algumas delas fosse consultado. As ações eram realizadas na loja Militar Coldres – Armas e Fardamentos, localizada em Feira de Santana.

A Polícia Federal ainda não sabe quando o esquema começou, mas informa que, em cerca de um ano, 60 armas foram vendidas de maneira irregular. Durante a operação foram recuperadas sete armas de fogo e a loja foi fechada, mandados foram cumpridos em Salvador, Feira de Santana e Serrinha.

Para ter direito ao registro de porte de arma, é necessário ter mais de 25 anos, residência fixa, não possuir antecedentes criminais e ter uma declaração da efetiva necessidade do uso do armamento. Além disso, o requerente é submetido a testes práticos e psicológicos. A loja vendia armas por valores até quatro vezes maiores que o de mercado. O armamento era vendido para empresários, servidores públicos e pessoas que não tinham ocupação fixa.

O objeto social da empresa no site da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb) constava como ‘comércio varejista de armas, munições, peças e acessórios para armas. Artigos de caça, pesca, camping, artigos de vestuário, reparação e manutenção de armas de fogo, ensino e treinamento de tiro’. A empresa iniciou suas atividades em outubro de 2012 e, em abril deste ano, foi enquadrada como microempresa, constando como uma sociedade empresária limitada, com capital social de R$ 100 mil.

No site que utilizava, a empresa se descrevia como fornecedora de diversas armas, a preço baixo, e listava uma série de produtos. “A Militar Coldres é uma empresa fundada por entusiastas de armas localizada em Feira de Santana, Bahia. Nossa missão é fornecer-lhe uma grande variedade de armas de fogo de alta qualidade e acessórios a preços mais baixos. Estamos constantemente à procura de novas armas de fogo para adicionar ao arsenal Militar Coldres”, diz o texto publicado.

Os envolvidos no esquema de fraude vão responder pelos crimes de organização criminosa, comércio ilegal de arma de fogo, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, inserção de dados falsos em sistemas de informação e falsidade ideológica. Somadas, as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.


Do Portal Clériston Silva

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