O governo federal e a oposição mediram forças nesta quarta-feira ao comentarem sobre o tema inflação, durante a festa de comemoração de 1º de Maio organizado por quatro centrais sindicais em São Paulo.
De um lado, o principal líder da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), disse em discurso que o país vive um momento grave e que o futuro é sombrio. “O Brasil vive um momento grave na economia, e as perspectivas para o nosso futuro são sombrias. Hoje, é hora de deixarmos aqui um alerta, porque as nossas conquistas só foram possíveis porque algum tempo atrás um grupo de homens públicos debelou a inflação. Não podemos permitir que o fantasma da inflação volte a rondar a mesa do trabalhador”, acusou o tucano.
Antes de Aécio, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical (uma das entidades organizadoras do evento), defendeu a volta de um gatilho salarial, mecanismo pelo qual os reajustes para os trabalhadores ocorreriam a cada três meses. A proposta, segundo ele, seria uma forma de recompensar perdas salariais provocadas pela inflação.
“Particularmente, acho que o governo Dilma não tem nada a ver com o trabalhador”, disse Paulinho. Durante o evento, a Força Sindical voltou a defender a volta do chamado gatilho salarial, A ideia não tem consenso entre lideranças de outras centrais.
Ainda para o senador, o governo tem sido leniente com o controle da inflação, mas ele disse ser contrário à proposta da Força Sindical. “O governo não trata com tolerância zero a inflação. A maior conquista dos brasileiros está sendo colocada em risco pela leniência do governo, e a responsabilidade é toda do governo da presidente Dilma”.
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que representou a presidente Dilma Rousseff no ato, reagiu às críticas. “Não é verdade que a inflação vai subir. Ela teve, sim, um pico nos últimos meses e vocês sabem o motivo. Agora, ela começou a cair. A presidente Dilma zela como uma leoa em defesa dos trabalhadores para que a inflação não coma os nossos salários”, respondeu o ministro.
Além do embate econômico, houve também um debate político sobre as gestões do PSDB e PT à frente da Presidência da República. O senador mineiro acusou o governo petista de somente dialogar com os trabalhadores às vésperas da eleição.
“É preciso que tenhamos um governo que não tenha apenas uma pauta permanente com o empresariado, mas também com a classe trabalhadora, e não apenas às vésperas da eleição, mas durante todo seu mandato”, pontuou Aécio.
Em defesa do governo, Carvalho disse que o governo sempre esteve ao lado dos trabalhadores e que o Brasil é outro após a chegada do PT à Presidência. (Com informações do Estadão).
Do Portal Interior da Bahia
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