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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Esquema vacinal incompleto aumenta risco de Covid longa; 3 em cada 4 pacientes relatam sintomas persistentes, como perda de olfato

Pesquisa mostra que quem não se vacinou tem 23% mais chance de ter Covid longa | Foto: Myke Sena/MS

Não se imunizar com todas as doses da vacina contra a Covid-19 aumenta as chances de desenvolvimento da Covid longa. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), três em cada quatro pacientes infectados pelo coronavírus relataram sintomas persistentes da doença.

🚨 A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (4), aponta que aqueles que não se vacinaram apresentaram 23% mais chance de ter Covid longa se comparados às pessoas que se imunizaram com três ou quatro doses.

Entre os que tomaram até duas doses, a probabilidade de desenvolvimento de sintomas persistentes é 8% maior.

Consequências a longo prazo

Os pesquisadores acompanharam mil pacientes entre 2020 e 2023 para monitorar os efeitos da pandemia a longo prazo. Natan Feter, pesquisador da UFRGS e um dos autores do estudo, explica que os resultados alertam para as consequências da Covid-19.

“No início, se acreditava que os efeitos da pandemia seriam só indiretos, com o aumento nos casos de ansiedade, depressão e sedentarismo. Mas a pesquisa mostra os efeitos diretos na saúde”, diz o pesquisador.

👉A Covid longa é caracterizada pela permanência de sintomas da Covid-19 por três meses ou mais. Entre as queixas mais comuns estão: dores de cabeça, fadiga, perda de olfato e paladar, tosse, queda de cabelo e complicações neurológicas.

Covid longa é questão de saúde pública

Além das queixas relatadas pelos entrevistados, Feter também destaca que a alta prevalência dos sintomas a longo prazo acarreta a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A Covid longa se revelou um problema relevante para a saúde pública, tanto pela carga como pela prevalência dos sintomas”, afirma.

Para o pesquisador, essa condição persistente pode ser considerada como uma nova fase pós-pandemia. O estudo mostra que a condição crônica está associada à perda de produtividade e a maiores gastos do sistema público de saúde.

Baixo índice da vacinação bivalente

Apesar dos altos índices de vacinação da população no Brasil, com mais de 518 milhões de doses aplicadas contra a Covid-19, a cobertura da vacina bivalente é baixa.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 17% da população foi imunizada com a dose bivalente. A vacina serve como um reforço para a imunização realizada com as demais vacinas monovalentes.

❗Alerta: Com a baixa imunização das doses de reforço, alguns estados registram tendência de alta nos casos da doença.

Segundo o boletim mais recente da Fiocruz, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem observar aumento no número casos de Covid-19 nas próximas semanas.

Do Portal NS/Por g1

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