A Johnson & Johnson (J&J) anunciou que deixará de fabricar pó talcos para bebês em todo o mundo a partir de 2023. O anúncio ocorre após acúmulo de processos de mulheres que afirmam ter desenvolvido câncer de útero no ovário por conta do uso do produto.
Segundo elas, o talco da J&J contém amianto, o que teria causado o desenvolvimento da doença. A empresa já anunciou há mais de dois anos o encerramento das vendas do produto nos Estado Unidos e no Canadá, justamente por conta dos processos.
De acordo com a BBC, uma corte do Missouri (EUA) condenou a J&J a pagar uma indenização equivalente a cerca de 18,3 bilhões de reais a 22 mulheres que alegaram ter desenvolvido câncer de ovário ao usar talcos produzidos pela companhia.
Ao todo, a empresa enfrenta cerca de 9 mil processos judiciais envolvendo o talco que fabrica para bebês.
Uma investigação de 2018 da agência de notícias Reuters afirmou que a J&J sabia há décadas que o amianto estava presente em seus produtos de talco.
A agência de notícias afirma que registros internos da empresa, depoimentos de julgamentos e outras evidências mostraram que, de pelo menos 1971 até o início dos anos 2000, o talco bruto e os produtos derivados da J&J deram positivo para pequenas quantidades de amianto em alguns testes.
Contudo, a empresa reiterou sua posição de que décadas de pesquisas independentes mostram que o produto é seguro.
"Sustentamos firmemente décadas de análises científicas independentes de especialistas médicos de todo o mundo que confirmam que o talco Johnson's à base de talco é seguro, não contém amianto e não causa câncer", afirmou
"Como parte de uma avaliação de portfólio mundial, tomamos a decisão comercial de fazer a transição para um portfólio de talco para bebês à base de amido de milho", afirmou em comunicado.
A empresa acrescentou que talco para bebês à base de amido de milho já é vendido em países ao redor do mundo.
Do Portal Bahia Notícias
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