No Dia Nacional do Cigano, data que foi instituída em 2006 pelo então presidente Lula, foi realizado de maneira virtual um ato comemorativo promovido pelo deputado estadual Osni Cardoso (PT). O encontro reuniu palestrantes que trataram sobre o tema, além de lideranças políticas e pessoas da sociedade em geral.
Proponente do ato, o deputado Osni celebrou a data e reconheceu a luta e direitos da comunidade cigana. "Puxar esse debate e dialogar é uma honra porque sei o tanto que meu pai admirava os homens e as mulheres daqueles grupos de ciganos, principalmente por reconhecer que são lutadores, guerreiros, que faziam a travessia da vida. Convivi muito com a cultura cigana, com seus jeitos, tradições, adversidades, desde minha comunidade e hoje também na vida política".
Um dos poucos vereadores ciganos na Bahia, Ataide Cigano, do município de Ribeira do Pombal, celebrou as vitórias alcançadas pelo grupo, e acredita que conseguirão cada vez mais espaços nas áreas públicas. "O cigano hoje tem vaga na faculdade graças a Deus e ao presidente Lula, e vamos buscar mais espaço ainda. Espero que daqui por diante tenhamos mais espaços na política, mais vereadores, deputados, prefeitos. Vamos crescer mais e mais".
Segundo a palestrante Lêda Cruz, cigana, advogada, membro da AMSK-Brasil (Associação Internacional Maylê Sara Kalí), os ciganos não têm o reconhecimento necessário e muitas famílias passam por dificuldades devido à falta de políticas públicas. "Nós não temos um censo específico. Não temos no censo o campo perguntando se é ou não cigano. Hoje nós temos uma informação pelo Cadúnico que fala famílias que estão em estado de vulnerabilidade. Temos 7.721 pessoas de etnia cigana nessa situação, sem assistência, sem direito à educação, vivendo em situação de miséria, literalmente passando fome, e isso não é visto".
Para a doutora em História Social pela Universidade de Brasília (UNB), Cassi Coutinho, é importante perceber a diversidade dos povos e da cultura cigana. “São povos divididos em três etnias e têm diferenças religiosas, linguísticas, de costumes, culinárias, social. O povo cigano é variado, diferente. O que o une é sua identidade, a identidade de ser cigano. A gente estima, porque não temos uma pesquisa que comprove o número exato de ciganos no país, mas imagina que sejam 80 mil. A Bahia é o segundo estado com maior número de acampamentos”.
Em forma de reconhecimento, e sabendo da importância dos ciganos, o deputado Osni apresentou na Alba indicação solicitando a efetivação dos povos ciganos na lista de prioridades da vacinação contra Covid-19 na Bahia, já que estes são considerados povos tradicionais.
Da Assessoria de Comunicação do Deputado Estadual Osni Cardoso
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