Foto: Victor Santos
Os cristãos católicos, estão próximos da data em que celebram o nascimento do Menino Jesus, no dia 25 de dezembro (Natal). E para a data especial, além da arvore e luzes coloridas, algumas famílias mantêm a tradição de montar a Lapinha, um costume principalmente do povo nordestino, passada de geração em geração. Na lapinha o presépio com estrela de Belém, imagens dos Santos, Reis Magos e o principal personagem, o Menino Jesus Cristo, além dos animais que estão presente ao redor da manjedoura que é montada no alto do cenário.
Ao lado do presépio é rezada a novena, mas este ano alguns fiéis não poderão reunir-se para rezarem juntos devido a pandemia do coronavírus, mesmo assim o costume foi mantido em alguns lares barroquenses.
Foto: Victor Santos
No pequeno município de Barrocas, localizado no Território do Sisal, muitas famílias já deixaram de montar as lapinhas e até mesmo o presépio já não é mais visto, mas algumas pessoas persistem e mantêm essa tradição. É o caso de Marília Queiroz, 27 anos, moradora do povoado de Barreira. Ela afirma que 'desde que se entende por gente' monta com amor e fé a sua Lapinha. Ao lado da filha, mostrou detalhadamente os personagens que ali estavam compondo o cenário montado cuidadosamente. Em sua própria casa já são 8 anos organizando devotadamente, mas ressaltou que iniciou ainda quando pequena, ajudando a mãe que também montava: "Desde pequena é da tradição, porque eu ajudava minha mãe a fazer. Eu continuei até o dia que eu saí de casa e vim morar aqui em Barrocas e comecei a fazer na minha casa", afirmou orgulhosa.
Ela lembrou que no início não tinha alguns dos itens necessários: "Eu não tinha quase nada para colocar no presépio, mas de lá para cá já tem 8 anos que eu faço, desde quando eu casei. Sempre vou fazer, porque é uma tradição, jamais vou deixar de fazer pois gosto e quando chega dezembro já monto meu presépio para esperar a chegada do Menino Jesus. Tem 27 anos que eu faço e este ano consegui montar quase todo o presépio porque realizei o sonho de ter comprado meus três Reis Magos e ficou completo, isso era um sonho que eu tinha de comprar", disse a dona de casa.
Esse ano, parte da tradição foi mudada, devido a pandemia: "Ano passado a gente rezou aqui na lapinha, todo ano eu rezo pois eu nasci dia 7 de janeiro, aí todo ano tem a reza na minha casa. Esse ano seria no dia 6 que é o dia dos Reis Magos", lembrou. Marília garante que mesmo sem a presença das pessoas, irá rezar a novena antes da lapinha ser desfeita.
Foto: Victor Santos
Atualmente são poucas casas que ainda montam a lapinha com presépio, uma homenagem e devoção a Jesus Cristo, mas as que continuaram, mesmo apenas com presépio, tentam manter essa tradição que é passada de mãe para filhos. Não há uma data correta para desmontar a lapinha, os fiéis aguardam a chegada do dia 6, o dia dos Reis Magos que tradicionalmente há a reza, e logo após alguns dias desmontam. Tudo é guardado com cuidado para o ano seguinte.
Da Redação JNV por Ana Clara - Fotos: Victor Santos / Colaborou Rubenilson Nogueira
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