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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Maia se rebela e não colocará a Câmara e o DEM a serviço da reeleição de Temer

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (20) que a nova pauta econômica apresentada pelo governo é um “equívoco”, além de “desrespeito” ao Congresso e um “abuso”. 
Na avaliação de Rodrigo Maia, o Congresso deve pautar aquilo que entende ser “relevante”. Maia se referia ao fato de o Palácio do Planalto ter apresentado nesta segunda-feira (dia 19), ou uma lista com 15 projetos que passarão a ser prioritários no Congresso como alternativa à emenda da reforma da Previdência, que teve a tramitação suspensa nesta semana.
O artigo 60 da Constituição diz que a Carta não pode ser emendada enquanto estiver em vigor um decreto de intervenção federal, como é o caso do Rio de Janeiro.
UM EQUÍVOCO – “A apresentação de ontem [segunda, 19] foi um equívoco, foi desrespeito ao parlamento, já que os projetos já estão aqui e nós vamos pautar aquilo que nós entendermos como relevante, no nosso tempo”, afirmou Maia nesta terça. “Isso é um abuso”, acrescentou.
O presidente da Câmara disse ainda que, na visão dele, o governo tem uma “fixação” de dar respostas à população e, por isso, fez um anúncio que não atende à sociedade. “Este anúncio precipitado de ontem, sem um debate mais profundo, eu acho que não colabora e essa não será a pauta da Câmara. O governo não precisa ficar apresentando pautas de projetos que já estão aqui. Isso é um café velho e frio que não atende à sociedade”, afirmou.
“Nem conheço as 15 [propostas]. Nem li, nem vou ler”. – Rodrigo Maia, presidente da Câmara
PREVIDÊNCIA – Questionado sobre a possibilidade de pontos da reforma da Previdência serem alterados por meio de projetos de lei ou de medidas provisórias, Maia disse não concordar.
“O governo não tem voto para votar a reforma da Previdência, não dá para ficar criando espuma com a sociedade num tema tão grave como esse. Ou o governo vai apresentar os votos ou eu não vou ficar discutindo, mesmo que por projeto de lei, algo que eu não sei se o governo tem maioria para votar”, afirmou.
À TV Globo, o Palácio do Planalto informou que não irá comentar o assunto.
JUCÁ FOI SURPRENDIDO – Antes das declarações de Maia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que, na avaliação dele, há ambiente político para votar os 15 projetos da nova pauta econômica do Planalto.
“Há ambiente político, a maioria está focada, vamos ter que fazer um esforço concentrado, porque é uma pauta bastante extensa, tendo em vista que são 15 pontos importantes, mais 21 medidas provisórias, mais projetos sobre segurança. Então, é muito importante que o Congresso já possa fazer esse esforço concentrado a partir de março e não deixar apenas para o segundo semestre”, disse Jucá. (G1, Brasília).
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Romero Jucá perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Deu declarações altamente otimistas, sem saber que Rodrigo Maia jogaria no lixo a pauta governamental. Em tradução simultânea, Rodrigo Maia é uma estrela em ascensão. Não será candidato a presidente, mas está levando o DEM a recusar apoio à reeleição de Temer e vai influir muito, mas muito mesmo, na eleição presidencial. Um dos grandes mistérios é saber quem será apoiado pelo DEM (leia-se: por Rodrigo Maia). Esta eleição será eletrizante(C.N.)
Do Portal Interior da Bahia

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