Se sentindo sem ambiente no PSB, a deputada Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo, se filiou ao PSOL no último domingo. O ato político passou despercebido e abafado pelas manifestações de rua deste domingo (13).
As posições políticas do PSB recentemente desagradaram Erundina, como o apoio "automático" a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial de 2014, a exclusão de seu nome na indicação do partido para a composição da Comissão do Impeachment e a posição da legenda, tirada há duas semanas, de ir para a oposição ao governo Dilma Rousseff.
Erundina disse que é contra o impeachment de Dilma - entende não haver base jurídica - mas é uma crítica de sua atuação.
“Estava muito desconfortável no PSB. E há algum tempo. O apoio automático da direção ao Aécio (em 2014) é um dos motivos. Defendi que a bancada fosse liberada. Virou um partido pragmático. O que está ocorrendo em São Paulo, ter composto com o governo tucano do Alckmin, com o Márcio França de vice. Essa postura de oposição a Dilma, se aliando a forças conservadoras que não aceitam até hoje o resultado da eleição. E me isolaram dentro do partido. O exemplo maior foi a exclusão do meu nome para compor a Comissão de Impeachment. Fizeram uma eleição na bancada de cartas marcadas. E, claro, perdi”, disse Erundina, que faz duras críticas ao estilo de Dilma.
“A presidente Dilma não tem aptidão para a política nem para administrar conflitos. Ela não gosta de dialogar”, disse a parlamentar, que, porém, é contra seu afastamento da Presidência. “Esse pedido de impeachment não tem base jurídica. Não se sustenta. O que está ocorrendo é o jogo baixo do poder. A dita oposição faz esse jogo por ter perdido a eleição. Há uma composição hoje na Câmara muito ruim, de união de forças conservadoras”, disse.
Erundina afirmou que optou pelo PSOL por identificações históricas com o partido e seus integrantes, quase todos egressos do PT, como ela. “Temos uma história juntos”, afirmou.
A deputada não irá disputar a Prefeitura de São Paulo, missão que deverá ficar a cargo do deputado Ivan Valente. Ela disse que irá atuar num esforço de eleger o maior número de vereadores e prefeitos do partido em todo o país. Erudina quer criar o seu partido, o Raiz Movimento Cidadanista, nos moldes do "Podemos", espanhol, e do Syriza, da Grécia. Na sua definição, partidos eco-socialistas e que apostam numa nova relação com a sociedade. A deputada estima que o Raiz será criado de fato em um ano.
A filiação de Erundina será celebrada na terça-feira, na Câmara, na presença de outras lideranças do partido, como o deputado Marcelo Freixo, do Rio, e da ex-deputada federal Luciana Genro, que disputou a eleição presidencial de 2014. (O Globo).
Do Portal Interior da Bahia
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