O Ministério Público Federal denunciou, nesta terça-feira (24), o ex-jogador da seleção brasileira Edílson da Silva Ferreira pelo crime de organização criminosa. Edílson Capetinha é suspeito de fazer parte de uma quadrilha especializada em fraudar pagamentos de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal (CEF).
A investigação foi batizada de Operação Desventura e aponta que o ex-jogador era responsável por aliciar gerentes de bancos para integrar a quadrilha. Esta já é a segunda denúncia feita pelo MPF sobre a operação.
Outras dez pessoas responderão por crimes como furto qualificado por fraude, falsificação de documento público, estelionato, corrupção ativa, crime contra a ordem tributária, evasão de divisas, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Em setembro, Edílson foi indiciado pela Polícia Federal e se defendeu das acusações. "Prestei depoimento como cidadão e logo tudo vai ser resolvido. Tenho certeza que tudo vai ser resolvido da melhor maneira possível. Muitas vezes as pessoas oferecem coisas para gente em que a gente acaba incluindo a gente em algumas coisas, mas tenho a consciência tranquila, mas vim aqui para dar meu depoimento e estou aqui para colaborar com a Justiça de qualquer maneira", disse o ex-jogador.
Edílson da Silva Ferreira, mais conhecido como Edílson Capetinha, baiano de Salvador, de 44 anos, foi atacante de alguns dos principais times do país, como Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Cruzeiro, Bahia e Vitória. Em 2002, ele fez parte do elenco que conquistou o último título mundial da Seleção Brasileira, disputado na Ásia.
Os investigadores apontam que o esquema contava com ajuda de correntistas do banco, escolhidos por movimentarem grandes volumes de dinheiro. Eles teriam sido usados para recrutar gerentes da Caixa para a fraude. A PF afirmou que Edílson Capetinha fazia parte do grupo dos correntistas.
Os valores dos prêmios não sacados seriam destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar R$ 270, 5 milhões em prêmios da Mega Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla Sena e Timemania.
Com informações privilegiadas, o esquema fazia contato com os gerentes, que se encarregavam de viabilizar o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando de forma irregular, os bilhetes falsos, segundo a PF.
Durante as investigações, um integrante da quadrilha, de acordo com os investigadores, foi preso enquanto tentava aliciar um gerente para o saque de um bilhete de loteria de R$ 3 milhões. Meses depois de liberado pela polícia, afirma a PF, ele foi executado.
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