Às 15h16min desta quinta-feira nossa equipe de reportagem foi chamada para "mostrar", um dos maiores absurdos causado, mais uma vez, pela empresa baiana de águas e saneamento s.a - EMBASA. Simplesmente, um mar de água clorificada que invade casas e provoca um lamaçal, obrigando os moradores conviverem com a situação que se repete por diversas vezes em uma única semana.
A rua Frei Apolônio de Toddi é famosa por ter uma fonte municipal de água doce instalada, onde faz o abastecimento de toda a cidade, além da fonte, o Museu Municipal também é localizado neste endereço. Mas, os moradores de um simples beco, que ainda mantém algumas das construções coloniais intactas, não estão nada contentes com uma situação, que hoje, passa ser normal. Milhares e milhares de litros de água são despejados, por conta de um vazamento em uma das caixas d'água que faz a distribuição, até as residências.
O líquido incolor, inodoro e insípido, que não é completamente sem gosto e sem cheiro, é desperdiçado de uma forma estarrecedora. Ultimamente, estamos vivenciando uma das maiores secas dos últimos 50 anos, e não é por que mudamos de estação, que a seca não continuou a castigar. É de fato quê, a nossa paisagem alterou um pouco a cor, devido as poucas chuvas que desceram céu abaixo no monte, mas, muita gente ainda necessita deste líquido tão valioso. Carradas e mais carradas dele, são levadas em carros pipas à zona rural do Município, fazendo com que a população racione ainda mais, para não ficar completamente de "pote seco".
O senhor Salviano Dias de Andrade, 60 anos, morador da Apolônio de Toddi nos contou um pouco mais do drama vivido por ele, e sua família. A água invade o seu quintal, passa pelos arredores da casa, deixando todo o chão úmido e fica instalada por ali mesmo, dias e dias. "Olha, a água jorra ai desde ontem, e ninguém ( funcionários da EMBASA) chegou para ver o que está acontecendo", frisou Salviano. Uma outra moradora, disse que já foi por diversas vezes na sede da EMBASA e eles dão desculpas esfarrapadas e não resolvem o problema. Ela se sente ameaçada, com o medo de contração de doenças como dengue, leptospirose e hepatite A, por conta da água contaminada que desce da "serra" e se instala pelos arredores.
Com todos estes problemas, os moradores que estão de saco cheio, por ter que pagar um absurdo na conta de água e não ter uma solução. Quando chegamos para a verificação da denuncia, nos deparamos com um mangue em pleno sertão baiano, chega até ser cômico, senão trágico.
Fomos até a sede da EMBASA no município, conseguimos contato com uma funcionária, explicamos a ocorrência, mostramos as fotos e ela disse que não estava ciente do fato. Infelizmente, ela não pode dá explicações em nome da empresa, pois o gerente da unidade estava fazendo trabalhos na zona rural e assim que ele estivesse na sede, tentaríamos o contato. Dois funcionários também foram deslocados até o local do vazamento, deram uma verificada e ficaram para fazer os reparos no dia seguinte, ou seja, amanhã. Esperamos que esta situação seja resolvida, afinal, como dissemos antes, pagamos pelo desperdício do tão precioso líquido e os moradores não merecem ficar "ilhados" no meio do lamaçal.
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