A servidora Adeildda Ferreira dos Santos deu à Polícia Federal mais quatro nomes de supostos envolvidos na compra e venda de informações fiscais sigilosas de contribuintes. Entre os nomes estão três contadores – Erik, Fernando e Danilo – que, segundo ela, encomendavam quebra de sigilo fiscal. Os nomes foram dados em depoimento prestado nesta quinta-feira (16) à Polícia Federal.
Adeildda afirmou ainda que recebia entre R$ 50 e R$ 200 por cópia de imposto de renda entregues. O pagamento era depositado na conta bancária da servidora. "Esse tipo de balcão de negócios não é de hoje que acontece. Então ela não é a inventora da roda, entendeu?”, afirmou o advogado de Adeildda, Marcelo Panzardi.
A defesa da servidora disse que ela alegou que o convite para participar do esquema de corrupção partiu de um funcionário da Receita. “Foi o Julio Bertoldo. É um funcionário da Receita Federal que foi chefe dela durante alguns anos na unidade de Ribeirão Pires. Eles já se conhecem há muito tempo. Basicamente, foi algo do gênero: ‘Olha, Adeildda, eu preciso emitir uma situação fiscal, algum documento, você pode atender o fulano da contabilidade, por favor?’. E depois de algumas vezes, acabaram dando um presentinho pra ela, um dinheirinho, então acabou virando uma rotina nesse sentido", contou o advogado.
Julio Bertoldo atualmente ocupa o cargo de chefe da agência da Receita em Mauá, e nega as acusações feitas por Adeildda. “Eu entendo que é uma fuga dela. Ela está querendo se justificar de alguma coisa e está querendo incriminar uma outra pessoa mas, realmente, não sei dizer o que está fazendo ela colocar isso”, disse.
A defesa de Adeildda vai pedir perícia nos computadores da agência em Mauá para tentar provar que o esquema de corrupção era generalizado. Um dos contadores apontados por Adeildda já foi ouvido pela PF, e confirmou os pagamentos de propina para funcionários da Receita.
Do Jornal Nacional
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