Sócio de empresa de transporte abordado em SC nega irregularidades e desabafa: "as pessoas têm o direito e ir e vir"

Na última segunda-feira, 22, a Polícia Civil de Santa Catarina iniciou uma investigação para apurar um ônibus com aproximadamente 40 passageiros que foi abordado no início do mês de janeiro após estar fazendo o desembarque fora da Rodoviária, o que chamou a atenção dos órgãos competentes.

Foi noticiado que os passageiros estariam supostamente em situação de vulnerabilidade social, que o transporte feito para Florianópolis seria irregular, e que as pessoas não teriam condições mínimas de se estabelecerem na capital catarinense.

Em contato com o sócio-proprietário da empresa Daniel Turismo, que fez o transporte das pessoas de Teofilândia para Santa Catarina, foi informado que não há nenhuma ilegalidade em transportar pessoas para qualquer parte do Brasil, uma vez que os mesmos eram turistas. "Esses passageiros eram uma parte turistas, e outros estavam indo para visitar parentes. Não há nada ilegal nisso. As pessoas tem o direito de ir e vir", disse ao Info Serrinha e Região.

Ainda segundo o sócio, o fato dos passageiros não terem passagem de volta não significa que ficariam em Santa Catarina de maneira permanente. "A gente faz a viagem, e logo depois retorna, geralmente levando os passageiros que compram a passagem para a Bahia. Possivelmente muitas pessoas estavam indo para ficar alguns dias, ou semanas, e outras seguiriam para cidades onde tem parentes, então acredito que por isso não tenham solicitado a passagem de volta porque não há dia para eles retornarem".

O sócio da empresa lamentou o episódio, e acredita que tenha acontecido por preconceito contra os nordestinos. "Infelizmente temos visto muitos casos de nordestinos que são discriminados quando chegam no Sul, e acredito que o fato de serem passageiros do Nordeste chamou a atenção, porém o povo do Nordeste também merece visitar o Sul, assim como os sulistas podem ir visitar nossas riquezas naturais".

E foi feito um pedido para que as autoridades baianas e dos outros estados nordestinos verificassem esses possíveis casos de discriminação. "Quero aproveitar e pedir o apoio e ajuda dos órgãos competentes aqui da Bahia, e também dos outros estados do Nordeste, para verificarem esses casos que ocorrem lá. Não pode acontecer isso. As pessoas são discriminadas porque são de outra região, mas todos nós moramos no Brasil, vivemos em uma Democracia, então precisamos respeitar o outro".

Através de nota oficial, a Prefeitura de Teofilândia afirmou que não há "população de rua" , que todos que estão em situações de vulnerabilidade social são atendidos por meio de programas municipal e federal.
Do Portal Info Serrinha