Dono de grandes títulos, entre eles o da Copa do Mundo, mais importante da carreira de um jogador, Júnior Nagata não teve um início fácil no futebol. Natural de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo da Bahia, ele deu seus primeiros passos como profissional no Vitória.
Nesta terça-feira (16), em entrevista à Equipe dos Galáticos, o ex-lateral esquerdo, de 46 anos, relembrou as dificuldades do começo na carreira. "Jogava na minha cidade, Santo Antônio de Jesus. Surgiu uma oportunidade de jogar um campeonato em Valença e o árbitro de uma partida era o Willian Cavalcanti. Após a partida, ele me indicou para o Vitória. O Mota me chamou. No início, eu não queria ir, mas depois minha família, algumas pessoas me convenceram. Cheguei no Vitória com 18 anos, já tarde. Fui para fazer uma semana de testes, mas o Péricles Chamusca já me aprovou e fiquei".
O ex-jogador também lembrou de como recebeu a primeira oportunidade de jogar no Rubro-Negro e o sucesso anos depois. "Fiz meu primeiro contrato com 20 anos, mas minha primeira oportunidade veio através do João Francisco. Os dois laterais esquerdos estavam machucados e ele me chamou para jogar um coletivo no time reserva. Chamei atenção do João Francisco. O titular, na época, era o Roberto, que não vinha bem. Ele, então, me deu a oportunidade de jogar como lateral-esquerdo. Eu era, na verdade, ponta esquerda. Foi uma caminhada dura até 1995, que considero o ano do meu auge no Vitória e que fez o Palmeiras me contratar".
Sobre o apelido 'Júnior Nagata, ele, que se chama Jenílson Ângelo de Souza, revelou que também surgiu no Leão. "O Júnior Nagata foi um apelido que pegou. No Vitória, eles abriam para testes. Na época veio um japonês chamado Nagata. Ele ficava perto de mim, conversando. Pegamos uma amizade forte. Ele acabou não ficando no Vitória, foi dispensado. Com isso, o Marquinhos passou a me chamar de Júnior Nagata e pegou. Todo mundo no clube passou a me chamar assim. Antes eu era conhecido como Juninho".
Júnior comentou, ainda, sobre a passagem por outros clubes brasileiros. "Em todos aprendi um pouco. O Vitória foi a minha casa, onde cresci e aprendi nas dificuldades. O Palmeiras foi o que comecei a despontar para as pessoas verem, onde cresci muito como jogador. Cheguei no Palmeiras em 1995. Nos outros também fui muito feliz. No São Paulo consegui ir bem também, pois tinha a desconfiança da torcida por eu ter sido do Palmeiras. Mas, consegui ganhar seis títulos em quatro anos. Depois fiquei um ano no Atlético-MG. No Goiás, onde encerrei a carreira, fiquei só seis meses, mas também aprendi muito lá", afirmou ele, que também defendeu o Parma e o Siena, ambos da Itália.
Mas, o ápice da carreira dele foi na Seleção Brasileira, ao ser convocado para a Copa do Mundo de 2002 e participar da conquista do pentacampeonato. "Eu estava confiante, pois tinha jogado três anos com Felipão e ele confiava muito em mim. Ganhamos grandes títulos no Palmeiras. Mas, sabia que a concorrência era grande, jogadores de muita qualidade na posição, o que me deixou com o friozinho na barriga".
E não faltou a famosa resenha de bastidor. "Vou contar uma. Quando acabavam os jogos na Copa, nós éramos liberados para dar uma volta, jantar e depois retornar a hotel. Ficávamos juntos eu, Vampeta, Edilson, Dida, os baianos. Quando acabou o jogo contra a Costa Rica, o Vampeta nos chamou para dar uma voltinha. Edilson e Dida preferiram ficar no hotel. Saímos nós dois. Eu falei comentei com o Vampeta se não tinha chegado minha hora de ser titular, pois tinha feito gol, dado assistências. Perguntei a ele se Felipão poderia estar, pelo menos, em dúvida. Ele me perguntou qual a dúvida que o Felipão tinha. Disse: 'Pelo amor de Deus, Júnior, fica na sua que o dinheiro é igual para todo mundo. Se você entra e a gente não ganha, vai sobrar para você. Você acha que vai jogar no lugar do Roberto Carlos?'. Eu perguntei se ele não era meu amigo. Ele disse que por ser meu amigo me aconselhava a ficar sentado no banquinho", contou aos risos.
Por fim, o ex-atleta celebrou a carreira de sucesso e a boa condição financeira, conquistada por meio do futebol. "Graças a Deus deu para ajudar muita gente. Consegui dar um conforto a minha família. Hoje, todo mundo tem sua casinha lá em Santo Antônio. Fico lisonjeado e feliz pelo que consegui ganhar na carreira. Hoje, estou em São Paulo. Há dois anos e meio saí de Santo Antônio e voltei a morar em São Paulo", encerrou.
Do Portal Galáticos Online
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