Apresentado nesta segunda-feira (12) no CT Evaristo de Macedo, o técnico Renato Paiva falou sobre o projeto que pretende implementar no Bahia a partir de 2023. Contratado em conjunto pelo Esquadrão e pelo Grupo City, detentor da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube, o português prometeu que irá buscar um jogo ofensivo e classificou o Tricolor como "gigante adormecido".
"Nos últimos anos, gostaria de chamar de Gigante Adormecido, porque é um gigante deste país, mas que em nível de títulos e de expressão tem estado um pouco abaixo do que é sua história. Gostaríamos de estar conectados e estar ligados ao reerguer e ao acordar deste gigante, mas este é o ano zero. Vamos ter uma equipe com muitas alterações, então vamos precisar de tempo. Tempo, no futebol, sabemos o que é. No contexto brasileiro, com o calendário pesadíssimo, ainda mais, onde quase não treinas. Há, aqui, um conjunto de fatores que teremos que passar com nossa competência. Estamos a construir um plantel, depois poderemos projetar essa situação", afirmou, em entrevista coletiva.
Para formar um elenco competitivo, segundo o treinador, é preciso contratar atletas que se encaixem em sua ideia de jogo e nos valores do Grupo City. Apesar de ter um longo trabalho reconhecido na base do Benfica e da metodologia utilizar diversos jogadores jovens, a tendência é que exista uma mescla no grupo.
"Tenha certeza que vamos montar um elenco muito competitivo, dentro daquilo que é nossa forma de pensar o jogo. Não tem lógica contratar jogadores que não se encaixam em uma forma de jogar. O que eu quero e gosto de fazer é perceber que jogadores temos, quais características e a partir daí definir um sistema. Depois, estamos a procurar essas características dentro de uma ideia de jogo, de protagonismo, ter a bola para atacar o gol adversário. Queremos construir um elenco que possa dar continuidade a essa forma de pensar o jogo (...) Vamos prestar muita atenção e encontrar um equilíbro. Não é só com meninos que se ganha campeonatos. A mescla é fundamental para o sucesso", ponderou.
Neste domingo (11), o atacante Kayky, de 19 anos, desembarcou no Brasil para assinar com o Bahia (veja aqui). De acordo com Renato Paiva, o investimento na base será forte.
"É importante neste projeto contar com jovens, e ter essa capacidade de encontrar talentos. O jovem talento tem que ser desenvolvido, porque o jogador pronto é mais caro. Esse é o trabalho do treinador. Para mim, um jogador, até o último dia de sua carreira, pode e deve aprender. Acredito na capacidade de quem trabalha comigo. Ensinar o detalhe faz toda a diferença. O jogo está cada vez mais competitivo. Em muitas situações o detalhe faz a diferença", pontuou.
Em 2023, o Bahia está de volta à Série A do Brasileirão. Além disso, o Tricolor ainda vai disputar o Campeonato Baiano, a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil. O primeiro compromisso na temporada será no dia 11 de janeiro contra a Juazeirense, como mandante, pela rodada de abertura do estadual.
"Estamos em observação em relação ao que vamos encontrar. Ainda, neste momento, sabemos que temos que estar preparados. Queremos entrar e ganhar. Começar ganhando é sempre melhor. Vamos olhar com máxima seriedade para essas competições", garantiu.
Confira outros trechos da entrevista:
Escolha pelo Bahia
Nada pode orgulhar mais a um treinador de futebol do que chegar ao Brasil e entrar pela porta do primeiro campeão brasileiro. Portanto, estou muito orgulhoso pela escolha, que é do Bahia e do Grupo City. Dizer que estamos bastante orgulhosos, motivados para fazer um trabalho ao nível da história desse clube, e deixar nossa marca a nível individual, coletivo, que tenhamos um jogo que atraiam os nossos torcedores, que são o maior tesouro deste clube, para além dos dois títulos nacionais. São os que choram, que riem, que festejam e que sofrem. Um pouco disso tudo.
Forte presença de treinadores portugueses no Brasil
É verdade que os treinadores portugueses têm um lastro muito grande no mundo. 36 treinadores portugueses foram campeões em países diferentes. Isso é uma marca importante, mas é nacionalismo dizer bandeiras. Em qualquer profissão, para mim, é competência e qualidade. Há treinadores brasileiros de muita qualidade. Há essa discussão em torno das bandeiras, eu vejo por talento, qualidade e resultados. Sou de um país que, nos anos 80, quando a influência brasileira em Portugal foi fundamental para o crescimento do nosso futebol. Lembro de técnicos como Carlos Alberto Silva, Abel Braga, Paulo Autuori, gente que foi muito importante para a evolução do futebol português. Tenho certeza que estamos aqui para o crescimento do futebol brasileiro, nosso crescimento também. Queremos trazer qualidade, e isso terá que ser no dia a dia.
Estrutura do Esquadrão
Com exceção do calor, qualidade de infraestrutura muito boa, gente fantástica para nos ajudar neste trabalho.
Do Portal Bahia Notícias/Por Nuno Krause/Foto: Reprodução / YouTube / TV Bahêa
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