A eleição em Santaluz, na região sisaleira da Bahia, foi um banho de água fria para o PT e, principalmente, para o governador Jerônimo Rodrigues. O partido já enfrentava dificuldades no município, e a situação só piorou com a saída de Pedro do Salão, Jó e Vanvan do Mucambinho. Os três abandonaram o PT antes do pleito e foram eleitos vereadores pelo PSB, que faz parte da base de apoio do prefeito reeleito, Dr. Arismário (Avante). Além disso, nomes tradicionais como Roquinho do Rose, que terminou a eleição como suplente, também saíram de cena, enfraquecendo ainda mais o PT na cidade.
Para Jerônimo, o golpe foi direto. Ele apostou todas as suas fichas na candidatura de Léo Reis (PSD), que tinha Zé Hamilton (PT) como vice na chapa, para tentar desbancar Arismário. O governador esteve pessoalmente em Santaluz durante a campanha, apostando no peso de sua presença, fazendo entregas de equipamentos e anunciando projetos ao lado dos ex-prefeitos Quitéria Carneiro e Júnior do Max, principais apoiadores de Léo Reis. A expectativa era clara: com o apoio do governo estadual, o jogo poderia virar.
Mas o resultado das urnas foi bem diferente. Dr. Arismário venceu com uma margem histórica de 6.555 votos, o que consolidou ainda mais sua força no município. Ficou evidente que, apesar das movimentações de Jerônimo, sua base política não foi capaz de derrubar a estrutura bem montada por Arismário com lideranças locais. Um recado duro para o PT e para o governador, que saíram enfraquecidos dessa disputa.
Mas nem tudo foi prejuízo. O PT ainda conseguiu respirar com a reeleição de Louro do Rio Verde. O vereador, que saiu do PSD e se juntou ao Partido dos Trabalhadores, garantiu uma vitória importante, mantendo a legenda com uma cadeira na Câmara. Mesmo assim, o cenário pós-eleitoral deixou claro o tamanho do desafio que o PT e Jerônimo têm pela frente: como reverter o enfraquecimento da sigla em Santaluz e recuperar o espaço perdido ao lado dos aliados, depois de uma derrota tão marcante.
A eleição em Santaluz, que parecia ser uma chance de ouro para o PT e a oposição retomarem espaço, acabou virando um teste de resistência para o governador. Mas será que isso significa o fim do jogo para Jerônimo? Nem de longe.
Na política, derrotas podem abrir portas, e muitos já enxergam essa eleição de Santaluz como uma oportunidade para o governador repensar suas alianças e estratégias. Dr. Arismário, que saiu fortalecido dessa disputa, mostrou que tem força política e uma grande capacidade de articulação. Com isso, o próximo movimento do governador pode ser uma aproximação estratégica com o prefeito. E por que não?
Com a oposição fragilizada e o cenário político ainda em aberto, essa aproximação pode ser o que Jerônimo precisa para virar o jogo a longo prazo, especialmente pensando nas eleições de 2026. Essa união, se acontecer, teria o potencial de reequilibrar as forças em Santaluz, colocando o PT em uma posição mais sólida para o futuro. Nada está decidido, e o tabuleiro político sempre pode ser reorganizado — no fim das contas, saber mover as peças é o que faz toda a diferença.
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