Com crescimento de apenas 0,4% no segundo trimestre de 2025, o Brasil perdeu força na economia e caiu da 5ª para a 32ª posição entre 55 países que já divulgaram seus resultados do Produto Interno Bruto (PIB). O levantamento foi feito pela Austin Rating, agência de classificação de risco, com base em dados ajustados sazonalmente para permitir comparação internacional.
A queda no ranking global acontece após o país ter registrado avanço de 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado sobretudo pelos investimentos e pela agropecuária. Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a desaceleração reflete os efeitos dos juros altos, atualmente em 15% ao ano, e da crescente incerteza fiscal que afeta a confiança dos empresários.
— Isso reflete o que a gente chama de “voo de galinha” no Brasil. Há uma clara desaceleração da atividade econômica, impactada por uma política monetária mais restritiva e por inseguranças fiscais que retraem os investimentos — explicou Agostini.
Comparações internacionais
Na América Latina, países como México (0,6%) e Colômbia (0,5%) superaram o desempenho brasileiro, enquanto o Chile teve crescimento igual (0,4%). No cenário global, o topo do ranking ficou com a Indonésia, que registrou alta de 4% no trimestre. Taiwan (3,1%) e Malásia (2,1%) vieram na sequência, seguidos por nações como Arábia Saudita, Turquia e Cingapura.
Já potências como China (1,1%) e Estados Unidos (0,8%) ficaram em 12º e 15º lugar, respectivamente, também à frente do Brasil.
Crescimento sem sustentabilidade
Apesar de o Brasil manter a 10ª posição entre as maiores economias do mundo em valores absolutos — com um PIB de US$ 2,1 trilhões —, a sustentabilidade do crescimento econômico é colocada em xeque. Para Agostini, o atual ritmo não é estrutural, diferentemente do que ocorre em países asiáticos que adotam estratégias de longo prazo.
— O governo comemora o desemprego em baixa e a renda em alta, mas esse cenário é temporário. O crescimento atual vem acompanhado de pressão inflacionária e exige manutenção de juros altos. Isso acaba sendo um entrave para o crescimento contínuo — afirma.
A projeção da Austin Rating é de que o Brasil cresça 1,8% em 2025. Contudo, essa estimativa está sustentada, sobretudo, pelo desempenho mais forte no primeiro semestre. A expectativa para os próximos meses é de estagnação, com possíveis impactos do chamado “tarifaço” nos Estados Unidos e da continuidade da política monetária rígida.
— A desaceleração da atividade será mais intensa no segundo semestre, e o país deve enfrentar desafios ainda maiores para manter o ritmo de crescimento — conclui Agostini.
Do Portal Ailton Pimentel/Foto: Reprodução/Google Imagens

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