Da esquerda para á direita: Manoel Santos, Manoel Lima e a professora Laiane Leal.
Os aposentados Manoel dos Santos, 72 anos, e seu xará Manoel Alves de Lima, 71, moradores do Município de Pintadas, no Território da Bacia do Jacuípe dão grande exemplo quando mesmo com as idades avançadas procuraram a Escola Santo Antônio com o objetivo de buscar o conhecimento que certamente sonharam e não tiveram oportunidade na infância.
Seo Neca deseja pelo menos aprender o nome completo e direitinho.
Os alunos idosos são da turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) criado pela Secretaria Estadual de Educação que tem permitido essa oportunidade as pessoas que nunca, se quer, pegaram num lápis. Só que por essa raridade, o Calila sugere a Secretaria acrescentar a letra I, pois acima de adulto está o idoso e a sigla ficaria EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos).
O CN encontrou os estudantes durante uma sessão da Câmara na semana passada que tinha como principal foco, a votação do Projeto de criação do Conselho Municipal da Juventude e lá estavam acompanhando os colegas de todas as idades e professores.
Manoel dos Santos está iniciando o curso, disse que sabe fazer o nome, mas tem hora que se atrapalha com as letras, mas garante que seu desejo aprender mais um pouco, pois “é muito bom você saber para deixar de abusar as pessoas. Deus dar o frio conforme a coberta, e eu tenho fé em Jesus que vou aprender nem que saiba fazer meu nome certinho.” Disse Seo Neca como é conhecido.
Já Manoel Lima conhecido por ‘Dezinho’ está mais avançado, faz o 5º ano, segundo ele o objetivo é se formar. Tem algo que eles não desejam aprender é sobre expectativa de vida, pois segundo as estatísticas a idade média de sobrevivência do brasileiro está na faixa etária deles, e nenhum ao ser entrevistado falou a palavra ‘morte’, numa demonstração de muito bom humor e vitalidade.
A professora dos dois Manoel, é Laiane Leal Rios, disse que a sala a qual ensina possui 22 alunos com faixa etária de 18 a 72 anos, segundo ela é maravilhoso trabalhar com os alunos que têm idades do seu bisavô, “eles estão indo para a escola porque têm o desejo de aprender, diferente de muitos jovens que as vezes estão ali obrigados. Os idosos não têm outro pensamento a não ser a escola e outra coisa boa é o carinho que tem para conosco”, falou a professora.
Redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas
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