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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Milhares de pessoas vão às ruas do país por fim da corrupção, impeachment da presidente Dilma e auditoria nas urnas

Um ato contra o PT e pelo impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff uniu ontem milhares de pessoas em pelo menos 28 cidades do país, a maioria de São Paulo. Os eventos foram organizados pelas redes sociais, com o objetivo de “demonstrar a insatisfação com o resultados das urnas”.

Os manifestantes pediram uma auditoria transparente e suprapartidária pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Brasília, a manifestação ocorreu entre o museu e o Congresso Nacional. No auge do protesto, três das seis faixas do Eixo Monumental foram ocupadas. Além dos pedestres, a “passeata” contou com um buzinaço promovido por motoristas que acompanhavam o carro de som do evento.

De acordo com o advogado Matheus Sathler, organizador do evento na capital federal, a queixa dos que estão contra quem foi eleito foi reforçada depois que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu ao TSE auditoria no sistema de aprovação de votos. Ele diz que a reação do PT ao pedido não foi normal. “Ministros disseram que isso era inaceitável, que não era sério. Estamos com dúvida, não sabemos se houve ou não fraude, por isso queremos que isso seja esclarecido”, alegou.

A principal reclamação de quem participou da passeata ontem foi com relação à corrupção. Para a advogada Aldinéia Miranda, de 51 anos, as eleições apontaram para um futuro nebuloso. “A roubalheira, falcatrua e o aparelhamento do estado vão continuar. Estou indignada. Não aguento mais ver nossas instituições loteadas e investimentos indo para outros países. Nossos portos estão acabando e eles estão mandando dinheiro para Cuba. Estão nos colonizando de novo”, disparou. Para ela, o Brasil está se tornando o quintal da Venezuela.

O estudante Rodrigo Figueira, de 21, acrescenta que o que mais revolta é “a incapacidade do PT de reconhecer que os outros governos também tiveram coisas boas”. “Eles acham que são os salvadores do Brasil, mas não reconhecem que o país já vinha avançando. Essas eleições foram sujas demais. Eles ganharam na base do terrorismo, não teve honestidade. Usam o Bolsa Família como troca de votos, em vez de transformar o programa em lei e fazer dele uma política de estado”, pontua.

Em São Paulo, o ato reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista, entre eles o cantor Lobão, que havia prometido sair do Brasil caso a presidente Dilma fosse eleita. Com o impeachment, os manifestantes pediam intervenção militar no país. Eles gritaram “Viva a PM” e carregavam faixas com palavras de ordem, como “SOS Forças Armadas”. Sob aplausos, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi apresentado ao microfone como “alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil”. Ele garantiu que seu pai será candidato em 2018, enquanto manifestantes defendiam a volta dos militares ao poder. “É necessário a volta do militarismo. O que vocês chamam de democracia é esse governo que está aí?”, criticou o investigador de polícia Sérgio Salgi, de 46 anos, que carregava cartaz com o pedido “SOS Forças Armadas”.

Em Belo Horizonte, um protesto semelhante levou opositores do governo às ruas, com cartazes contra Dilma e o PT. Os manifestantes fizeram uma passeata da Praça Sete até a Praça da Liberdade. O grupo foi escoltado por policiais militares e não houve registro de distúrbios. Em Curitiba, segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas se reuniram para reforçar o pedido de auditoria nos números apurados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Em outras cidades, como Fortaleza, Teresina e Porto Alegre, os militantes também foram às ruas com a mesma pauta. (Informações da Agência Estado e Correio Braziliense). 

Do Portal Interior da Bahia

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