O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu aos 49 anos em um acidente com um avião na manhã desta quarta-feira (13) em Santos (72 km de São Paulo). A campanha confirmou a presença do candidato no avião. E o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) informou que não há sobreviventes.
O avião modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, vinha do Rio de Janeiro e tinha sete pessoas a bordo. O aparelho caiu entre as ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu, no bairro Boqueirão, na zona leste de Santos. Chovia e ventava no momento do acidente.
O deputado Márcio França (PSB-SP), que receberia Campos no litoral de São Paulo, confirmou que, além de Campos, o assessor de imprensa Carlos Percol também morreu no acidente. Ainda segundo França, três pessoas da região atingida pela queda foram encaminhadas a hospitais.
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Campos, ex-governador de Pernambuco, tinha compromissos de campanha no litoral paulista nesta quarta. O avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e pousaria na Base Aérea de Santos, no Guarujá (86 km de São Paulo).
A assessoria da candidata a vice, Marina Silva, informou que ela não estava na aeronave. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião pertence a um particular (AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda.) e está com a documentação em dia.
"Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. A Aeronáutica já iniciou as investigações para apurar os fatores que possam ter contribuído para o acidente", diz a nota, assinada pelo brigadeiro do ar Pedro Luís Farcic, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
Trajetória - De família tradicional na política em Pernambuco, o ex-governador Eduardo Campos, 49 anos, nasceu no Recife em 10 de agosto de 1965. Ele era casado e pai de cinco filhos. Filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, Campos se formou em economia na Universidade Federal de Pernambuco, onde atuou como presidente do Diretório Acadêmico da faculdade.
O contato com a política começou cedo, em 1986, quando trabalhou ativamente na campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco. Na época, Campos tinha apenas 21 anos. Quatro anos depois, em 1990, ele se filiou ao PSB.Em 1994, com apenas 29 anos, foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 1998 e em 2002. No início do terceiro mandato como deputado, Campos se aproximou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando a mobilizar a base governista para aprovar a Reforma da Previdência.
Em janeiro de 2004, foi nomeado por Lula ministro de Ciência e Tecnologia, onde trabalhou pela aprovação da lei que autoriza pesquisas com células tronco embrionárias. Em 2006, Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos e foi reeleito, em 2010, com 83% dos votos válidos.
A gestão à frente do estado foi marcada pelos esforços em modernizar industrialmente a região. Durante a maior parte dos dois mandatos, Campos apoio os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Em 2013, ele passou a reforçar críticas ao governo de Dilma, especialmente com relação à gestão da economia e a aliança com o PMDB. Em 18 de setembro do ano passado, o PSB entregou os cargos no governo federal, inclusive o comando do Ministério da Integração, e passou a se posicionar de forma independente nas votações. A decisão de se afastar do governo e lançar candidatura própria motivou a saída do partido e filiação ao PROS do governador do Ceará, Cid Gomes, e do irmão dele, Ciro Gomes.
Em outubro, Eduardo Campos se aliou à ex-senadora Marina Silva na disputa presidencial, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentava criar para concorrer às eleições. Em 4 de abril deste ano, Eduardo Campos renunciou ao governo de Pernambuco para se dedicar à campanha para a Presidência da República.
Em 28 de junho, em aliança com outros cinco partidos, o PSB oficializou a candidatura de Campos à Presidência e de Marina Silva à vice-presidência. Na campanha, Campos e Marina apresentaram uma série de propostas, como escola em tempo integral, passe livre para estudantes de escola pública e disseram ser possível reduzir a inflação para 3% até 2018.
Pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo e divulgada na última quinta-feira (7), apontava Campos em terceiro lugar na disputa, com 9% das intenções de voto.
Do Portal Clériston Silva
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