Foto: Notícias de Santaluz
O Tanque Grande, um dos principais cartões-postais de Santaluz, na região sisaleira da Bahia, está longe de sua imagem habitual. Com o volume reduzido a quase nada, o reservatório expõe a gravidade da estiagem prolongada que atinge o município, impactando não só o cenário, mas também a vida de quem depende da água para sobreviver.
A estiagem levou o município a publicar um novo decreto de situação de emergência no dia 18 de outubro. A medida foi homologada pelo governo federal em 4 de novembro, com validade de 180 dias. Essa decisão permite ações emergenciais, como o envio de carros-pipa para abastecer as comunidades rurais, mas a rotina de quem vive no campo está cada vez mais desafiadora.
Na semana passada, às vésperas do Natal, moradores fizeram uma caminhada devocional organizada pela Paróquia Santa Luzia. O grupo percorreu as ruas do centro da cidade, pedindo a intercessão de São José, tradicionalmente associado à chegada das chuvas (lembrar).
As dificuldades vão muito além de garantir o abastecimento de água, inclusive para consumo humano. Criadores enfrentam outros desafios diários para manter os animais vivos. Sem mandacaru suficiente, uma das poucas plantas que resiste à falta de chuva, muitos precisam recorrer à compra de ração, o que representa um custo elevado para quem já enfrenta perdas na produção.
“É uma alternativa muito cara, mas a gente não tem escolha. Se não alimentar os animais, a gente perde tudo. Dependemos da chuva, mas está cada vez mais difícil”, lamenta um produtor que, nos últimos meses, tem enfrentado desafios ainda maiores para sustentar o rebanho.
A situação não é diferente para os agricultores. Com o solo seco e a ausência de chuvas, plantações inteiras ficam comprometidas.
Apesar de tudo, o Tanque Grande resiste, assim como o povo luzense. Ele permanece como um símbolo da resiliência de Santaluz, onde a luta diária contra a seca é constante, mas a vontade de vencer nunca seca.
Notícias de Santaluz
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