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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mineradora provoca ‘terremotos’ e preocupa moradores de Santaluz

Os moradores de Santaluz, no nordeste baiano, vivem a tomar sustos e passar por momentos de apreensão nos últimos tempos.

Tudo isso por conta das explosões realizadas pela mineradora Magnesita, que explora o mineral cromita (utilizado em refratários) na cidade desde 1979.

De acordo com a dona-de-casa Antonia Anísia Couto, as detonações têm se tornado mais frequentes, de um ano para cá, e causado rachaduras em centenas de residências próximas ao local. “Eles têm feito, muitas vezes, duas explosões por dia. Quando tem os tiros, parece que a gente vai cair. Treme tudo. Os copos batem, as portas estremecem e a gente fica com a sensação que vai estourar o ouvido”, relata.

A moradora conta que todos os luzenses que moram a até 3 km do local – dentre eles o prefeito da cidade – têm sido prejudicados pelos estouros. Além da poeira, que encobre algumas casas após as explosões, diversas moradias apresentam rachaduras em suas estruturas. “Eu ouvi dizer que uma até caiu, mas não posso confirmar. Mas se continuar do jeito que tá, vai acabar com tudo”, afirma.

Segundo conta, um abaixo-assinado com 300 assinaturas para solicitar providências do poder público foi entregue no Fórum do município, mas até agora não houve resposta.

Outro lado

A mineradora Magnesita, acusada de causar danos materiais e ambientais no município de Santaluz, no nordeste baiano, e de promover “terremotos” que têm deixado a população preocupada, negou que o número de explosões seja tão freqüente quanto o relatado por moradores.

Segundo Evair Duarte, responsável pelo planejamento de minas, afirma que em hipótese alguma a empresa faria mais do que uma explosão por semana, que dirá duas por dia. “É feita, no máximo, uma explosão por semana. Mas a média mais próxima do comum é uma explosão a cada 12 dias”, afirmou, relatando a complexidade de se fazer cada detonação.

De acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), não constam reclamações contra a empresa na sede de Santaluz, apenas reclamações e notificações relativas à fábrica instalada em Brumado, no centro-sul do estado.

O funcionário não soube dizer se há reclamações formais feitas contra a empresa pelos vizinhos da fábrica em Santaluz.

De acordo com denúncias enviadas ao BN, muitos daqueles que tiveram as casas danificadas pelas explosões, estão fazendo os reparos por conta própria, por não conseguirem fácil acesso à fábrica. Outro prejuízo diz respeito às cisternas, muito comuns nas residências, que tiveram de ser trocadas por tanques comuns, em muitos casos, por estarem rachados.

Informações do Bahia Notícias / Foto - Ilustrativa

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