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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Procurador do MP pede que ministros não reconduzam Aroldo Cedraz no TCU

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo Oliveira, enviou a ministros da Corte um texto em que chama atenção para os riscos da recondução de Aroldo Cedraz ao cargo de presidente. O procurador avalia que as acusações envolvendo Cedraz abalam a confiança no tribunal.

Nesta quarta-feira (02), o TCU se reúne em sessão plenária para votar a recondução de Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro para os cargos de presidente e vice-presidente  por mais dois anos, como é tradição na Corte. Além do procurador, o presidente da organização não-governamental (ONG) Contas Abertas, Gil Castelo Branco, apelou aos ministros para não reconduzirem Aroldo Cedraz presidente do TCU.

“A condução da Casa deve recair sobre os membros que não estão envolvidos nas denúncias ainda sob investigação", diz ele em sua mensagem. "Isso preserva a instituição ao tempo em que respeita os direitos individuais dos investigados, sem qualquer prejulgamento de suas condutas e atributos pessoais”, afirma.

“É preciso impedir que suspeitas e denúncias ainda não afastadas possam colocar em dúvida o regular funcionamento do TCU”, afirma o procurador. “Os envolvidos, direta ou indiretamente, na denúncia constante da colaboração premiada devem ficar afastados da relatoria e participação nos julgamentos dos processos relacionados com a Operação Lava Jato”, defende ele.

Raimundo Carreiro, vice-presidente do Tribunal de Contas, como Cedraz, também foi citado nas investigações e depoimentos da Operação Lava Jato. Julio Marcelo Oliveira acrescenta que a legitimidade das decisões do órgão de controle se assenta sobre a credibilidade dos ministros, dos auditores e dos membros do Ministério Público de Contas.

Em delação premiado, Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, citou o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo. De acordo com Pessoa, Tiago recebeu pagamentos de R$ 50 mil mensais para repassar à empreiteira informações privilegiadas do tribunal que envolvessem seus interesses. Além disso, foi contratado para atuar num caso sobre a Usina de Angra 3, que discutia licitação para obras de R$ 2 bilhões. O escritório de Tiago recebeu R$ 1 milhão, segundo o empreiteiro.

Do Portal Interior da Bahia

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