Os Estados Unidos, a União Europeia e mais dez países da América Latina rejeitaram nesta sexta-feira (23) a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela de afirmar ser válida a reeleição do presidente Nicolás Maduro nas eleições de julho deste ano. Além destes estados, a Organização dos Estados Americano (OEA) também rejeitou a decisão.
As declarações se dão após o TSJ afirmar, nesta quinta-feira (22), que reconhece a vitória de Maduro no pleito de 28 de julho, respaldando a contagem de votos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), comandada por um partidário de Maduro, que afirmou que o presidente venceu as eleições com pouco mais de 52% dos votos.
Apesar de reforçar o resultado da apuração do CNE, o Supremo não apresentou nenhuma contagem de votos. A não divulgação das atas eleitorais é o principal argumento da oposição venezuelana e de diversos países do mundo para afirmar que o resultado da eleição foi manipulado em favor de Nicolás Maduro.
Portanto, nesta sexta-feira, um comunicado conjunto foi divulgado pelos EUA, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. No comunicado, os países afirmaram que não reconhecem a decisão do Supremo venezuelano e pediram a realização de uma auditoria imparcial dos votos
“Nossos países já haviam manifestado o desconhecimento da validez da declaração do CNE, logo depois que o acesso dos representantes da oposição à contagem de votos foi impedida, da não publicação das atas e da recusa posterior em que se fizesse uma auditoria imparcial e independente”, afirmaram os países, no comunicado. O Brasil ainda não se manifestou após a sentença do TSJ. É esperado que o governo faça um comunicado em conjunto com a Colômbia sobre a decisão.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel afirmou que o respaldo do TSJ não tem nenhuma credibilidade. Já a União Europeia indicou que não reconheceria um novo governo de Maduro antes de ver as provas de que ele venceu, de acordo com o alto representante da UE para Assuntos Exteriores, Josep Borrell.
Borrell ainda afirmou que a divulgação das atas é imprescindível para que a União Europeia reconheça o resultado das eleições. “É preciso provar esse resultado eleitoral. Até agora não vimos nenhuma prova e, enquanto não virmos um resultado que seja verificável, não vamos reconhecer”, disse Borrell.
Do Portal Bahia Notícias/Foto: Reprodução/Instagram
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