O atacante destaque do Liverpool, Sadio Mané, está dando um show de solidariedade para o seu país de origem, Senegal. Ele resolveu fazer uma segunda importantíssima contribuição em sua cidade natal em Sédhiou como revelou no documentário “Made in Senegal”, disponível a partir desta quarta-feira numa plataforma digital.
O filme apresenta Mané narrando sua história desde a pobreza até os tempos atuais em que veste a camisa 10 do Liverpool. Na cena mais comovente, Mané lembrou do dia em que recebeu a notícia da morte de seu pai, quando tinha apenas sete anos.
E como isso o influenciou a construir um hospital que será inaugurado nos próximos seis meses em Bambali, uma vila em Sédhiou, onde o Banco Mundial estima que quase 70% das famílias vivem na pobreza.
Ano passado Mané já havia inaugurado uma escola na província em que nasceu e recentemente fez uma doação de 40 mil libras (R$ 256 mil na cotação atual) ao governo senegalês para atuar no combate ao coronavírus.
"Eu tinha sete anos. Estávamos prestes a brincar no campo de futebol quando um primo se aproximou e disse: “Sadio, seu pai faleceu”. Eu respondi: “Sério? Ele está brincando...”. Eu realmente não conseguia entender", disse.
"Antes de morrer, meu pai ficou doente por semanas. Nós trouxemos alguns remédios tradicionais e isso o manteve estável por três ou quatro meses. A doença voltou, mas dessa vez os remédios não funcionaram. Como não havia hospital em Bambali, eles o levaram para uma vila próxima para ver se conseguiam salvá-lo. Mas não conseguiram", continuou.
"Quando eu era jovem, meu pai sempre me dizia o quanto ele se orgulhava de mim. Ele era um homem de um grande coração. Sua morte teve um grande impacto em mim e em toda a família. Falei a mim mesmo: “Agora preciso fazer o máximo para poder ajudar minha mãe”. É algo difícil para lidar quando se é tão jovem".
"Lembro também que minha irmã nasceu em casa porque não havia hospital na nossa aldeia. É uma situação muito triste para todos. Eu quis construir um hospital para dar esperança às pessoas", completou.
Sobre a educação, ele falou que é algo essencial e que tem que vir em primeiro lugar sempre.
"A educação é a chave. A escola vem em primeiro lugar. Talvez, se houvesse uma escola melhor quando eu era mais jovem, eu poderia ter estudado mais. Mas não foi o caso - eu estava na vila. Então, todos os meninos de lá querem jogar futebol e ninguém mais quer ir à escola. Eles só querem ser um jogador de futebol como eu... Mas eu sempre digo a eles para garantir que eles tenham uma boa educação e estudem. É claro que eles podem continuar jogando futebol, mas isso os ajudará a ter mais sucesso no que estão fazendo. Não é mais como quando eu era jovem, porque era muito difícil naquela época", falou.
Do Portal Galáticos Online
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