segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Bebê passa 42 dias na barriga após morte cerebral da mãe: ‘é um milagre’, diz a avó

Rhuan nasceu extremamente prematuro e foi salvo com a ajuda de muitos médicos | Foto: TV Globo/Reprodução

O Globo Repórter da última sexta-feira (29) mostrou cidades menores que têm se tornado centros de referência em saúde com a ajuda da tecnologia. Em Cachoeiro de Itapemirim, cidade no interior do Espírito Santo, a maternidade pública recebe pacientes de outras 27 cidades da região e conta com o reforço de médicos que estão a mais de 800 km de distância, no Hospital das Clínicas em São Paulo, graças à teleconferência.

Esta colaboração remota permite debater a melhor forma de prestar atendimento, inclusive em casos complexos, como o do recém-nascido Rhuan, internado na UTI neonatal de Cachoeiro. A mãe de Rhuan, Alana, foi internada quando a gravidez não tinha nem seis meses. Após sofrer uma série de complicações, ela teve morte encefálica.

A família optou por manter a gestação até que fosse viável a retirada do bebê do útero. Foram 42 dias até o parto.

“Ela queria muito esse filho e queria me dar um neto, e a gente fez depois de tudo ela realizar o sonho dela […] Rhuan é um milagre por tudo que ele passou e a Alana é uma guerreira”, diz a avó, Adailda Benedita dos Santos.

Os médicos de Cachoeiro acreditam que isso só foi possível por causa da troca que tiveram com os colegas de São Paulo, por meio da tele UTI.

“Porque eles já tinham a experiência com um caso que aconteceu lá. Então para a gente foi muito mais fácil contar com uma equipe que já passou por algo parecido do que se a gente precisasse começar do zero”, destaca a ginecologista e obstetra do Hospital Francisco de Assis (HIFA), Inara Junqueira Dardengo.

A teleconferência

Todas as manhãs, a equipe de médicos em Cachoeiro se conectam, por meio de teleconferência, com os especialistas do Hospital das Clínicas em São Paulo.

Da sala na capital paulista, a equipe médica continua com as reuniões diárias com hospitais de 11 estados. As médicas anotam tudo o que é discutido e analisam os exames.

“Eles passam por situações que a gente não está acostumado a passar aqui. Muitas vezes, falta de equipamento, falta de mão de obra. Muitas vezes, a gente está acostumado a pedir determinado exame, e eles não têm. Aí eles falam: ‘olha a gente faz desse jeito, a gente funciona dessa forma’. Então, eu acho que da mesma forma que a gente leva conhecimento para eles, eles também ajudam bastante a gente”, diz Veridiana Freire Franco, ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas.

Do Portal NS/Por Globo Repórter


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