sexta-feira, 28 de abril de 2023

Premiê da Ucrânia questiona se plano de paz de Lula é realista

Primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal | Foto: Susan Walsh/Pool via Reuters

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, concedeu uma entrevista coletiva na associação dos jornalistas estrangeiros (Stampa Estera) em Roma, nesta quinta-feira (27). O premiê questionou se o plano de paz proposto pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é realista. “Temos um caminho bem traçado em direção à paz como entendemos”, disse o chefe do governo ucraniano.

Ao ser questionado pela RFI sobre a possibilidade de o Brasil ser mediador no processo de paz, o primeiro-ministro comparou os russos a bandidos: “Vou citar um simples exemplo. Se o apartamento de vocês [brasileiros] fosse invadido por um bando de bandidos que querem matar vocês e seus filhos, estuprar suas mulheres e tomar a sua casa, vocês assinariam um acordo com esses bandidos? Vocês acham isso realista? Eu sinceramente não estou esperando a resposta de vocês”, lançou Denys Shmyhal.

O premiê ucraniano acrescentou que o Brasil também não faria um acordo com os invasores. “Vocês não aceitariam conviver com esses bandidos e se curvar às condições impostas por eles, realizando o desejo deles e não o de vocês”, disse.

Ainda usando o exemplo da residência invadida, Shmyhal reiterou que os russos têm que sair da Ucrânia. “Antes de mais nada, esses bandidos têm que sair da casa de vocês. Depois talvez se pudesse discutir com eles os princípios da convivência pacífica, mas não no meu território”.

No entanto, o primeiro-ministro saudou o empenho de Lula, que insiste em uma solução pacífica para o conflito e já propôs várias vezes uma mediação alternativa em busca da paz. “Agradecemos os esforços do povo brasileiro e do presidente do Brasil no desejo de ajudar o povo ucraniano na sua luta”, disse, antes de agradecer aqueles que acolheram os refugiados da guerra.

“Muitos países acolheram ucranianos com coração aberto e gentileza. Esperamos que todos os nossos cidadãos possam voltar à Ucrânia pacificada”.

Do Portal NS/Por RFI


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