sexta-feira, 10 de abril de 2020

Trump consultou Bolsonaro sobre experiência do Brasil com cloroquina

Trump consultou Bolsonaro sobre experiência do Brasil com cloroquina
Foto: Alan Santos/PR
O presidente dos EUA, Donald Trump, consultou Jair Bolsonaro sobre a experiência do Brasil no uso da cloroquina para o tratamento de pacientes com Covid-19. Segundo o indicado à embaixada brasileira em Washington, Nestor Forster, o americano quis saber mais sobre a administração do medicamento durante conversa com Bolsonaro por telefone na quarta-feira (1º).

"O principal objetivo do telefonema de Bolsonaro a Trump era colaboração para o combate à pandemia, o que podia ser feito [pelos dois países]. Trump reiterou a oferta de colaborar com o Brasil da forma que precisarmos, e Bolsonaro se colocou à disposição dos EUA", disse Forster à reportagem. "Havia muito interesse de Trump pela experiência que o Brasil tem no uso de cloroquina, agora com foco no tratamento da Covid-19".

A cloroquina —ou sua variante, a hidroxicloroquina— é prescrita para o tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide, mas tem sido testada no combate à infecção por coronavírus, porém, ainda sem nenhuma prova científica robusta de sua eficácia nesses casos.

Apesar disso, Trump e Bolsonaro são defensores fervorosos do uso da substância contra as infecções por coronavírus e, no Brasil, o debate ganhou contornos políticos mais fortes nas últimas semanas, dividindo aliados e adversários do presidente brasileiro.

Nos EUA, o medicamento tem sido utilizado em vários hospitais, principalmente em Nova York —o pior cenário sob a pandemia no país. Médicos afirmam que a prescrição é feita de caso a caso, com aval do paciente, que deve ser comunicado dos prós e contras sobre o uso do remédio.

No mês passado, a agência americana reguladora para medicamentos e alimentos (FDA, na sigla em inglês) emitiu uma solicitação de emergência permitindo que médicos administrassem a substância a pacientes de Covid-19 que o desejassem, mas não especificou em quais casos, como fez o Brasil. O Ministério da Saúde brasileiro recomenda o uso do remédio a pacientes internados em estado grave.


Do Portal Bahia Notícias/por Marina Dias | Folhapress

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