sexta-feira, 10 de abril de 2020

Japão quer retirar suas empresas da China por causa da pandemia, diz revista

Japão quer retirar suas empresas da China por causa da pandemia, diz revista
Foto: Divulgação
A crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus tem feito grandes potências repensarem a alocação de empresas de seus países na China, segundo reportagem da revista Forbes.

O texto cita, por exemplo, que o governo do Japão estaria disposto a gastar mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,2 bilhões no câmbio atual) para que suas multinacionais deixem o gigante asiático.

O montante vem na forma de subsídios e empréstimos diretos para empresas que topem transferir suas produções de volta ao Japão, mas há ajuda também a quem queira transferir a manufatura a outros países.

A decisão de ajudar financeiramente a realocação de empresas multinacionais que têm na China seu centro de manufatura há décadas "chega em um momento em que as empresas americanas estão saindo também, embora não haja nenhum esforço oficial para fazer isso", diz a reportagem.

Um estudo da consultoria Kearney, citado pela Forbes, diz que há uma "dramática reversão" de alocação da cadeia de suprimentos. Em 2019, segundo o estudo, a manufatura doméstica americana teve participação maior que 14 exportadores asiáticos monitorados pela consultoria, e houve queda nas importações de manufaturados chineses.

As interrupções de serviço causadas na China pela pandemia podem influenciar empresas a buscarem diversificar sua produção, segundo Patrick Van den Bossche, sócio da Kearney ouvido pela reportagem.

O texto afirma ainda ao perceberem como suas economias com alto grau de dependência do seto de serviços os prejudicou durante o período de isolamento social, países como Portugal e Espanha podem buscar produzir internamente equipamentos médicos.

Durante a pandemia, Europa e Estados Unidos têm tido de importar da China produtos para lidar com a crise de saúde pública que têm enfrentado durante a pandemia. Ao mesmo tempo, de acordo com a Forbes, as relações do gigante asiático com Europa Ocidental e com os EUA parecem desgastadas.

A economista chinesa Lily Fang, professora de finanças do Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas) disse à revista que a China acreditar que razões de segurança nacional levem países a buscarem massivamente a repatriação de itens necessários para emergências como a imposta pelo surto de coronavírus.

A revista afirma que até mesmo empresários chineses têm buscado diversificar a produção, e cita o Vietnã como destino de milhões de postos de trabalho que foram cortados na china nos últimos meses.


Do Portal Bahia Notícias/por Folhapress

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