A manhã desta sexta-feira (17) foi de alegria na casa da família de Stela Terra Lopes, de 18 anos. A moradora de Belo Horizonte, então aluna de uma escola pública, foi uma das 53 pessoas de todo o país a alcançar a façanha de tirar nota máxima na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2019. Segundo o Ministério da Educação, 3,9 milhões de candidatos participaram do teste.
— Não estou aguentando de tanta felicidade. A primeira nota que olhei foi a da redação. Assim que eu vi, já comecei a gritar e pular. Corri para abraçar minha mãe e ela chorou muito.
Stela lembra que até chegar a este momento foram meses de dedicação. A jovem concluiu o ensino médio no último ano, na Escola Estadual Sagrada Família 2, no bairro de mesmo nome, na região Leste da capital mineira.
Além das aulas no turno da manhã, ela dedicava entre seis e oito horas do dia para estudar sozinha. As ferramentas utilizadas eram apostilas que tem em casa e vídeos encontrados na internet.
— Eu chegava da escola e tirava a tarde para estudar conteúdos diversos e deixava a noite para fazer os deveres da escola.
Apesar do empenho, a nota 1.000 não era algo que passava pela cabeça da menina. A vestibulanda lembra que nem sempre teve facilidade com a escrita, por isto fez aulas extras de redação durante 2019 para melhorar as habilidades textuais, além de suprir algumas necessidades que percebia.
— Eu tinha algumas aulas de redação na escola, mas eram juntas com as de português. Então fiz isto para aprofundar nesta disciplina.
Em Minas Gerais, outros 12 candidatos do Enem conseguiram o mesmo feito que Stela. O Estado foi o que teve maior número de redações com nota máxima nesta edição do exame. No outro lado da ponta, segundo o Governo Federal, existem 147.736 candidatos que zeraram a redação.
O teste pede que o candidato escreva um texto dissertativo-argumentativo de no máximo 30 linhas, a partir de uma situação-problema apresentada. O tema de 2019 foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.
Stela revela que não imaginava que a temática pudesse estar relacionada ao cinema, embora já tivesse se preparado para algum assunto ligado à cultura e ao lazer. Uma das obras citadas por ela no texto foi o livro “O Cidadão de Papel”, de Gilberto Dimenstein.
A jovem agora aguarda a abertura do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) para concorrer à sonhada vaga no curso de direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais. Enquanto isso, ela deixa algumas dicas para quem vai fazer o Enem em 2020.
— Minha dica é treinar vários temas, para não ficar tentando adivinhar o que vai cair. É saber um pouquinho de tudo e ter conhecimento geral.
Do Portal R7/Arquivo Pessoal / Stela Lopes
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