Alina ao lado do seu cavalo Coronel Apollo |
Em pleno século XXI, como nunca, as mulheres estão ocupando espaços de igualdade entre os homens nas diversas áreas. No esporte não é diferente, seja no futebol, nas artes marciais (lutas) e até na vaquejada, modalidade na qual o vaqueiro(a) montado no cavalo têm de derrubar um boi, puxando-o pelo rabo, e o animal precisa cair dentro da faixa.
A barroquense Aline Queiroz, de 18 anos, com apenas 7 meses competindo na modalidade, conquistou no último sábado (27), no Haras Heloísa na cidade de Serrinha, o seu primeiro troféu. A disputa foi entre mulheres e Aline bateu o número suficientes de senhas conquistando o 1° lugar do Bolão.
O Bate-Esteira Erlon Macedo, fez dupla com Aline em Serrinha |
Aline precisou superar bastante dificuldades no início, enfrentou preconceito e até a desaprovação de toda família, mas a paixão falou mais alto, e com persistência, apesar de preocupados, os pais acabaram por apoiá-la: "Desde pequena sempre gostei muito do esporte, mas meus país não me apoiavam por achar um esporte perigoso. E por achar que era um esporte só para homem. Nem só meus país, mas minha família toda. Pois ninguém gosta muito do esporte", lembrou. Segundo a Campeã, atualmente ela já conta com o apoio incondicional dos pais, inclusive o cavalo foi presente do senhor, Denilson, o conhecido Niní.
"Eu sempre corria em animais diferentes, nunca dava certo, caia muito, ou não conseguia controlar o animal, Meu pai viu minhas dificuldades e me deu o meu cavalo", lembrou.
Superando o preconceito, Aline pondera que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na vaquejada: "Ainda existe muito preconceito em relação as mulheres nas vaquejadas. Até mesmo por parte dos donos de parque que não abrem muito espaço pra nós, mas estávamos sempre lá, insistindo, sempre que abrem uma brechinha, estamos pra fazer o boi valer", afirmou.
"Eu sempre corria em animais diferentes, nunca dava certo, caia muito, ou não conseguia controlar o animal, Meu pai viu minhas dificuldades e me deu o meu cavalo", lembrou.
Alina com seu cavalo Coronel Apollo |
Questionada se é muito difícil ter que além de derrubar, conseguir que o boi cai na faixa, ela afirmou: "Algumas pessoas olham e diz que é fácil derrubar um boi, mas quando você tá ali na pista percebe que não é bem assim. São muitos detalhes que tem que prestar atenção, segurar o cavalo na cancela, passar a volta no protetor de cauda, tocar o cavalo e se apoiar nele pra derrubar o boi, pois não é nem questão de força, é jeito", destacou.
Após a conquista, Aline que é moradora do povoado de Terra Nova, Zona Rural de Barrocas, dividiu os méritos com o animal: "Agradecer primeiramente a Deus, e segundo a todos que sempre torceram e acreditaram em mim. Orgulhosa demais do meu cavalo, esse prêmio não é só meu, como é dele também. O primeiro de vários que virão, tenho fé".
@ Nossa Voz - Por Rubenilson Nogueira e Victor Santos
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