sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Automedicação para tratar disfunção erétil traz inúmeros riscos para a saúde

Não há estatísticas oficiais sobre o uso de medicamentos para tratamento da disfunção erétil sem indicação médica, mas os especialistas da área alertam que os conhecidos estimulantes sexuais como Viagra, Levitra e Cialis, entre outros, podem causar danos à saúde do paciente que optar pela automedicação. “Consumir essas drogas por conta própria significa correr riscos incalculáveis”, alerta o urologista Francisco Costa Neto, especialista em andrologia e diretor da Clínica do Homem, de Salvador.
 
Segundo o médico, queda aguda da pressão arterial, gastrite, dor de cabeça intensa, além de dependência psicogênica e complicações cardiovasculares diversas são alguns dos efeitos colaterais mais frequentes do uso inadequado desses medicamentos. Uma reação entre medicamentos consumidos por cardiopatas e estimulantes sexuais pode, inclusive, ser fatal para o paciente. “A partir do levantamento da causa da Disfunção Erétil, prescrevemos um tratamento individualizado. Se os medicamentos forem necessários, eles precisam ser consumidos na dose e nos horários certos”, explicou o médico.
 
Infelizmente, a venda das drogas que tratam da disfunção erétil se banalizou nos últimos anos. Comprá-las em é muito fácil, o que acaba estimulando o consumo. “A receita médica deveria ser obrigatória nas farmácias, mas não é. Felizmente, desde 2003, a Anvisa proibiu, em todo o território nacional, propagandas institucionais que façam referência a medicamentos ou tratamentos para disfunção erétil. Mesmo assim, os índices de consumo por conta própria é elevadíssimo. Até em feiras essas drogas são comercializadas, um grande absurdo”, destaca Neto.
 
Potência sexual 
 
As drogas que agem na vasodilatação peniana, que devem, necessariamente, ser prescritas por um médico, podem ser eficazes em pessoas que tiveram problemas vasculares, Síndrome Metabólica ou doenças de base (aquelas que surgem primeiro, mas acabam evoluindo para alguma Síndrome). “Porém, em indivíduos saudáveis, esses medicamentos não são capazes de aumentar a potência sexual”, explica o urologista. A maioria dos casos de problemas sexuais envolvendo jovens está relacionada a distúrbios comportamentais que podem, inclusive, causar a chamada disfunção erétil psicogênica. Quando a situação é diagnosticada, o tratamento é feito através de Psicoterapia.
 
Já em pacientes com mais de 45 anos, a disfunção erétil (DE) de causa orgânica é mais frequente do que nos jovens. “A deficiência de testosterona, conhecida como andropausa, pode ser o X da questão. Neste caso, pode ser necessário iniciar a terapia de reposição hormonal, que precisa, necessariamente, ser orientada por um especialista. Caso contrário, pode gerar problemas tão ou mais graves do que aqueles causados pela automedicação”, destaca Neto.

Além de distúrbios hormonais, a DE pode se originar de problemas com o suprimento de sangue do pênis,distúrbios do sistema nervoso, danos estruturais do pênis ou outras doenças complexas e multissistêmicas. Efeitos colaterais de drogas e medicamentos para controle de hipertensão arterial, diabetes e outras doenças também podem dificultar ou impedir a ereção peniana.
 
“Meu papel como andrologista é investigar com cautela todas as possíveis causas do problema para, a partir de então, prescrever o melhor tratamento. Felizmente, as soluções disponíveis atualmente para resolver a Disfunção Erétil são inúmeras, seguras e bastante eficazes, se prescritas adequadamente”, conclui o diretor da Clínica do Homem, Francisco Costa Neto.

Do Portal CN

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