sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Enchente em Riachão: Homem luta para salvar animais e sobe no telhado para não ser carregado pelas águas

As chuvas que caíram em Riachão do Jacuípe na última quinta e sexta-feira (dias 21 e 22) deixaram cerca de 4 mil pessoas desabrigadas, derrubaram uma ponte sobre a BR-324, arrastaram a adutora da Embasa em Vila Aparecida, quebraram pontes e passagens molhadas no interior do município, além de danificarem dezenas de estradas vicinais.

Mas em meio a todo esse quadro devastador, aconteceram cenas curiosas, com inúmeras pessoas desesperadas em busca de socorro. Foram homens, mulheres, crianças e animais ilhados, sem saberem o que fazer. Enquanto isso, as águas do rio Boqueirão, principalmente ele, subiam numa velocidade inacreditável.       
  
Uma das cenas que mais chamaram a atenção foi a vivenciada pelo senhor Manoel Alves Oliveira, mais conhecido por Pequeno de Tibúrcio. Morador do bairro Jatobá, às margens do rio Boqueirão, ele lutou desesperadamente para salvar as 43 ovelhas e os 22 porcos que criava na sua pequena área de terra.

Das 43 ovelhas, Pequeno de Tibúrcio conseguiu salvar oito; dos 22 porcos, ele salvou nove. Foi tudo muito rápido, e mesmo com as águas invadindo a sua residência, num ato heroico, Pequeno de Tibúrcio arriscou a própria vida para salvar o seu pequeno criatório. No final, ele e parte dos animais salvos foram parar no telhado da casa.

Segundo seu Manoel, o prejuízo foi de R$ 9 mil. “Eu tenho para mim que o meu prejuízo foi mais de R$ 9 mil. Mas vamos ver depois, pelo menos salvei a minha vida”, disse.

Antes de seu Manoel descer do telhado, os filhos já haviam sido comunicados em Feira de Santana e chegaram a tempo para tentar socorrer o pai daquela situação dramática.

“Logo que eles me viram, pediram para eu descer do detalhado. Mas eu disse que eles não entrassem na água. Fiquem lá, não venham cá não. Eu tô tranquilo aqui, falei para eles”, contou seu Pequeno de Tibúrcio, achando graça da sua própria situação.  

Sem a maior parte do seu pequeno criatório, Pequeno de Tibúrcio não se queixa da sorte. Perguntado sobre o que fazer agora, ele disse que pretendia comprar mais terra para poder criar os seus animais e deixar as margens do rio. “Procurei o Banco do Nordeste para comprar uma pequena área de terra que apareceu, mas exigiram muito documento e desisti”, lamentou.

Da redação do Portal Interior da Bahia/ Foto: Noroel Fernandez

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